Fevereiro Roxo: a relação entre o lúpus e a saúde digestiva

Você sabia que neste mês acontece a campanha de saúde "Fevereiro Roxo"? Ela é dedicada à conscientização sobre doenças crônicas como lúpus, fibromialgia e Alzheimer.

A primeira delas (lúpus), pode impactar o trato gastrointestinal de diversas maneiras, seja pela inflamação característica da doença, pelo uso de medicamentos ou por complicações associadas, como vasculite intestinal e pancreatite.

Dra. Maria Clara Pimentel | Divulgação

---

Segundo a Dra. Maria Clara Pimentel, especialista em gastroenterologia da Cliagen - Clínica de Atenção em Gastroenterologia, Especialidades e Nutrição, trata-se de uma doença autoimune complexa que afeta diversos órgãos e pode comprometer significativamente a qualidade de vida dos pacientes.

"Este período é essencial para aumentar a compreensão sobre a condição, enfatizando a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento adequado", destaca a Dra. Pimentel. Ela explica que o lúpus pode impactar o trato gastrointestinal de diversas maneiras, seja pela inflamação característica da doença, pelo uso de medicamentos ou por complicações associadas, como vasculite intestinal e pancreatite. "Isso pode ocorrer devido à inflamação característica da doença, ao uso de medicamentos ou a complicações associadas, como vasculite intestinal e pancreatite", explica.

Além disso, a especialista aponta que dificuldades de deglutição, esofagite e sintomas intestinais como diarreia ou constipação também podem estar presentes. "Em casos mais graves, inflamações sérias, como peritonite lúpica e pancreatite, podem surgir", alerta a gastroenterologista. Segundo ela, esses sintomas diferem de problemas gastrointestinais comuns por frequentemente ocorrerem junto a outras manifestações sistêmicas do lúpus, como febre, fadiga e dores articulares, especialmente durante surtos da doença.

Quando há suspeita de envolvimento gastrointestinal, exames como endoscopia digestiva alta, ultrassonografia abdominal e tomografia computadorizada são recomendados, além de testes laboratoriais para auxiliar no diagnóstico. O tratamento depende da causa dos sintomas e pode incluir ajustes na medicação imunossupressora e o uso de protetores gástricos para reduzir os efeitos colaterais de medicamentos como corticoides e anti-inflamatórios.

Fique por dentro

A Dra. Pimentel ressalta que as manifestações gastrointestinais do lúpus podem comprometer a absorção de nutrientes, resultando em perda de peso e desnutrição, além de causar desconforto significativo. Isso pode afetar a adesão ao tratamento e o bem-estar emocional dos pacientes, que podem se sentir limitados em sua alimentação e rotina diária. Para minimizar os impactos gastrointestinais, a especialista recomenda uma dieta equilibrada, evitando alimentos irritantes como frituras, álcool e café, além de manter boa hidratação e respeitar os horários dos medicamentos.

A prática de atividades físicas moderadas também pode contribuir para o bem-estar geral. Sintomas como dor abdominal persistente, perda de peso inexplicada, vômitos frequentes, sangramento gastrointestinal e alterações significativas no hábito intestinal devem ser avaliados com urgência.