Entenda riscos da hérnia inguinal que levaram Bolsonaro à cirurgia
Ainda que muitas hérnias inguinais apresentem um curso relativamente estável, a condição não tratada pode evoluir para situações de risco
Por Dinaldo dos Santos.
Provavelmente, muitos brasileiros estão querendo saber o que é, na verdade, uma hérnia inguinal e quais são os riscos que esta condição de saúde oferece à vida de uma pessoa. Isso porque, em meio ao cumprimento de uma pena de prisão de 27 anos por tentativa de golpe de estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi internado para se submeter a uma cirurgia, devido ao problema.
A intervenção foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes após laudo da Polícia Federal confirmar a necessidade de reparo cirúrgico da hérnia, embora o quadro não tenha sido classificado como uma emergência médica absoluta.

O que é uma hérnia inguinal?
A hérnia inguinal é uma condição em que uma parte do conteúdo abdominal — geralmente uma alça intestinal ou tecido adiposo — atravessa uma área enfraquecida da parede muscular na região da virilha (canal inguinal), formando uma protuberância visível ou palpável. Essa condição, que representa cerca de 75% de todas as hérnias abdominais, é considerada uma das patologias cirúrgicas mais comuns.
Segundo dados das diretrizes da Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal (SBH), a hérnia inguinal é particularmente prevalente em homens, que apresenta risco muito maior de desenvolver o problema ao longo da vida em comparação com mulheres.
Fatores de risco
Entre os fatores de risco reconhecidos pela SBH estão:
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Sexo masculino, que apresenta impacto mais elevado;
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Idade avançada, em que o enfraquecimento dos músculos abdominais é mais comum;
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Esforço físico repetido ou aumento da pressão intra-abdominal (como levantamento de peso, tosse crônica ou constipação);
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Histórico de cirurgias abdominais ou traumatismos na região.

Casos cirúrgicos
Nem todas as hérnias inguinais são desligadas cirurgia imediata, mas a SBH e outras diretrizes médicas recomendam correção cirúrgica quando a condição é sintomática, causa significativamente ou apresenta risco de complicações, como estrangulamento, em que o intestino fica preso fora da cavidade abdominal e perde a flexibilidade sanguínea.
No caso do ex-presidente Bolsonaro, o laudo pericial relatou que a condição herniária estava associada a sintomas que influenciaram a indicação de cirurgia. Os técnicos apontaram que episódios de soluções persistentes e aumento da pressão intra-abdominal podem ter piorado a hérnia, justificando a necessidade de intervenção cirúrgica.
Riscos oferecidos pela hérnia inguinal
Ainda que muitas hérnias inguinais apresentem um curso relativamente estável, uma condição não tratada pode evoluir para situações de risco. Médicos explicam que:
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Uma hérnia não regride espontaneamente e tende a aumentar de tamanho ou causar desconforto progressivo, especialmente com esforço físico ou posturas prolongadas.
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O estrangulamento da hérnia, embora raro, constitui uma urgência cirúrgica que pode levar à necrose intestinal se não for tratada rapidamente.
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Quando uma cirurgia é necessária, o procedimento de reparo pode envolver a colocação de uma tela protética para fortalecer a parede abdominal e reduzir o risco de recidiva.
A cirurgia de hérnia inguinal é considerada rotineira e de baixo risco na população geral , com altas taxas de sucesso, mas não está isenta de possíveis consequências decorrentes de qualquer procedimento cirúrgico, como infecção, crônica no local da cirurgia ou recorrência de hérnia.
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