Como funciona o cérebro de um psicopata? Veja o que diz a ciência
O cérebro de um psicopata apresenta diferenças em relação ao cérebro de pessoas sem traços psicopáticos
Por Da Redação.
O cérebro de um psicopata apresenta diferenças estruturais e funcionais em relação ao cérebro de pessoas sem traços psicopáticos, especialmente em áreas ligadas às emoções, empatia e controle de impulsos. A psicopatia, segundo estudos do neurocientista Kent Kiehl, especializado em psicopatia, é um transtorno de personalidade — não uma doença mental — e envolve um conjunto de traços como frieza emocional, manipulação, ausência de remorso e comportamento impulsivo ou antissocial.
No livro "The Psychopath Whisperer: The Science of Those Without Conscience", de 2014, Kiehl analisou imagens de ressonância magnética (fMRI) em presidiários, que revelaram diferenças significativas na amígdala e no córtex pré-frontal de psicopatas.
Principais características neurobiológicas:
1. Amígdala
A amígdala é uma região do cérebro fundamental no processamento de emoções, especialmente medo e empatia. Em psicopatas, ela tende a ser menor ou menos ativa:
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Redução do volume da amígdala.
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Resposta emocional diminuída a estímulos que causariam medo ou empatia em outras pessoas.
2. Córtex pré-frontal ventromedial
Essa área está ligada ao julgamento moral, controle de impulsos e tomada de decisões:
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Psicopatas apresentam menor ativação ou conexões mais fracas entre o córtex pré-frontal e outras áreas cerebrais.
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Isso contribui para a dificuldade em controlar comportamentos impulsivos e compreender as consequências morais de suas ações.
3. Conectividade cerebral
Pesquisas com ressonância magnética funcional (fMRI) mostram que psicopatas têm menor conectividade entre a amígdala e o córtex pré-frontal:
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Isso afeta a capacidade de integrar emoção à tomada de decisão e julgamento social.
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Pode explicar por que psicopatas compreendem regras sociais e morais, mas não as sentem da mesma forma.
4. Resposta ao medo e punição
Psicopatas têm uma resposta reduzida ao medo, dor e punição:
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Isso faz com que eles não aprendam facilmente com experiências negativas, o que dificulta a socialização e o desenvolvimento de empatia.
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Muitos testes com imagens ou sons de sofrimento humano mostram que psicopatas exibem menor atividade nas regiões associadas à dor e compaixão.
Importante: nem todo psicopata é um criminoso
Psicopatia é um espectro. Há indivíduos com traços psicopáticos que conseguem se adaptar socialmente — são os chamados psicopatas bem-sucedidos, muitas vezes presentes em ambientes corporativos ou políticos, com alto grau de manipulação, frieza e foco em objetivos pessoais.
Ou seja: o cérebro de um psicopata funciona de forma distinta, principalmente no que diz respeito ao processamento emocional e à empatia. Essas diferenças ajudam a explicar os comportamentos frios, manipuladores e, em alguns casos, violentos, característicos do transtorno. No entanto, a psicopatia é complexa e envolve uma interação entre fatores biológicos, psicológicos e sociais.
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