Cirurgia que repara estrutura da laringe é feita pela 1ª vez pelo SUS no sul da Bahia
Paciente de apenas um ano foi diagnosticado com doença que dificulta a respiração
A primeira cirurgia de supraglotopastia - procedimento para reparar as estruturas da laringe - realizada em um hospital público do sul da Bahia aconteceu no último final de semana, no Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio (HMIJS), em Ilhéus. O paciente, um menino de apenas um ano, passou por um reparo cirúrgico, após ser diagnosticado com laringomalácia grave, doença que dificulta a respiração e é considerada a principal causa do estridor inspiratório no recém-nascido.
A cirurgia foi possível graças a uma ação integrada do Materno-Infantil com o Hospital Regional Costa do Cacau, ambos administrados pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesab). O Hospital Costa do Cacau cedeu a sua “torre de vídeo”, equipamento indispensável para a intervenção, realizada no moderno Centro Cirúrgico do Materno-Infantil, por uma equipe comandada pela médica otorrinopediatra Inaê Mattoso Compagnoni.
Ela destaca que, apesar de durar, em média, 60 minutos, não se trata de uma cirurgia simples. “Depende muito da parte multidisciplinar, com acompanhamento de equipes de médicos, anestesistas e de enfermagem e precisa ter todo um suporte técnico do hospital”, assegura. A cirurgia é feita por via endoscópica, pela laringe, utilizando um sistema de videomonitoramento. “É uma cirurgia totalmente assistida”, explica.
VOLUNTARIADO E CIDADANIA
O procedimento histórico no HMIJS foi feito de forma voluntária e gratuita pela médica e por toda a equipe envolvida. A médica Inaê lembra que, no ano passado, outro recém-nascido do HMIJS passou por esta mesma cirurgia. Mas que, naquela oportunidade, a intervenção foi feita em um ambiente privado. “No setor público é, de fato, inédito”, assegurou. Este tipo de cirurgia só é feito em Salvador”, completou.
Formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especializada em Otorrinolaringologia e Otorrinopediatria pela Universidade de São Paulo, Inaê é uma das duas profissionais da área em atuação em todo o estado da Bahia.
“Agradecemos a mobilização para essa importante cirurgia, em especial ao Costa do Cacau, à Inaê, ao anestesista Leonardo de Lima Rosas, ao otorrino Guilherme Henrique Mitikami Fenolio e à instrumentadora Layane Bastos. Estamos buscando agora a habilitação junto à Sesab para podermos dar continuidade às cirurgias de otorrinolaringologia pediátrica, visto a demanda reprimida na nossa região”, afirmou o diretor-médico do HMIJS, Samuel Branco.
O Hospital Materno Infantil Dr. Joaquim Sampaio conta com 105 leitos, destinados à obstetrícia, a gestação de alto risco, pediatria clínica, UTI pediátrica, UTI neonatal e centro de parto normal, integrados à Rede Cegonha e atenção às urgências e emergências, com funcionamento 24 horas e acesso por demanda espontânea e referenciada de parte significativa da região sul da Bahia.
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