Saúde

Bronquiolite: Fiocruz emite alerta para alta incidência e mortalidade entre crianças

Foi observado uma estabilidade de casos de influenza, além de início da atividade do vírus da Covid-19 em alguns estados das regiões Norte e Nordeste

Por Da Redação

Bronquiolite: Fiocruz emite alerta para alta incidência e mortalidade entre criançasFreepik/Ilustrativa

A Fiocruz divulgou um alerta, nesta quinta-feira (4/7), para a alta circulação do vírus sincicial respiratório (VSR), causador da bronquiolite, que vem puxando o crescimento dos casos e mortalidade entre crianças pequenas. O aumento acontece principalmente em Roraima, Amapá e Ceará. A circulação do rinovírus, causador do resfriado comum, também aumentou nessas regiões.


Foi observado uma estabilidade de casos de influenza, além de início da atividade do vírus da Covid-19 em alguns estados das regiões Norte e Nordeste, em especial no Piauí e no Ceará, ainda que os patamares sejam baixos quando comparados ao histórico de circulação no país.


No entanto, segundo o órgão, nas últimas semanas, a maior parte das hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave em idosos (quando há comprometimento da função em respiratória, causando sintomas como falta de ar) foram causadas pela Covid-19.


"É importante que tanto hospitais quanto unidades sentinelas de síndrome gripal fiquem atentos para qualquer sinal de aumento de circulação do vírus nessas regiões", ressalta a pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz, Tatiana Portella.


A especialista orienta que a população se vacine contra o vírus da Covid-19 e também da influenza A. Além disso, recomenda o uso de máscaras em locais fechados, com baixa circulação de ar e dentro das unidades de saúde. O período analisado vai de 26 a 29 de junho.


O QUE É A BRONQUIOLITE?


Bronquiolite é uma infecção dos bronquíolos, estruturas que levam o ar da traqueia aos pulmões. Apesar de ser causada principalmente pelo VSR, pode vir também do adenovírus, o parainfluenza, o vírus influenza, o rinovírus, o bocavírus.


A bronquiolite também se difere da pneumonia, que é principalmente bacteriana e afeta os alveólos pulmonares, que ficam cheios de pus, alerta o pneumologista do Hospital Sírio Libanês, André Nathan.


Outras características importantes para fazer o diagnóstico é que a bronquiolite causa uma "crise de chiado" nas crianças e em bebês recém-nascidos infectados.


VACINA


A vacina da Pfizer, denominada Abrysvo é muito eficaz, de acordo com os especialistas. Ela é destinada para prevenção da doença em crianças desde o nascimento até os 6 meses, por imunização ativa em gestantes. A aprovação do registro da vacina permite que ela seja distribuída para a população para aplicação conforme as orientações da bula.


"Como o sistema imune do recém-nascido não tem anticorpo contra o vírus, você vacina a mãe, que desenvolve os anticorpos contra o VSR e a criança nasce imunizada", ressalta Nathan


O pneumopediatra Fabio Muchão ressalta que os anticorpos podem ser transmitidos ao bebê pela placenta da mãe. Segundo a Anvisa, a Abrysvo é bivalente, porque é composta por dois antígenos de uma proteína da superfície do vírus sincial respiratório. A administração é intramuscular e em dose única, no segundo ou terceiro trimestre da gestação.


TRANSMISSÃO


Já que é viral, a transmissão é via respiratória ou por contato físico. Os riscos acontecem em um ambiente fechado, de acordo com Nathan, e a transmissão pode ocorrer entre as crianças pelo contato com a secreção pelo ar ou pelo toque.


SINTOMAS


Em casos leves, os sintomas são de um resfriado:


- Coriza;
- Congestão nasal;
- Tosse com secreção;
- Febre baixa.


O chiado respiratório, característico da doença, no agravamento do quadro pode causar insuficiência respiratória grave na criança, gerando cansaço e uso de musculatura acessória: entre as costelas e na barriga, segundo Nathan.


TRATAMENTO


Como é uma infecção viral, o tratamento é de suporte: pode incluir hidratação, inalações com soro e, em alguns casos, fisioterapia respiratória. Para prevenção da doença, além das medidas de higiene, como lavar as mãos e usar máscaras, Fabio ressalta que existem os anticorpos monoclonais com intuito de prevenir a doença para bebês com doença cardíaca congênita, por exemplo. Mas ele disse que, em breve, podem chegar os medicamentos do gênero que podem ser usados por todos os bebês.


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