A cada cinco grávidas mortas pela Covid-19 no Brasil, uma não teve acesso a UTI; 33% nem chegou a ser intubada
Nos primeiro cinco meses e meio de 2021, o observatório contou 959 óbitos, ou seja, 11,7% a mais do que 2020 inteiro - com 453 ocorrências.
Um estudo feito pelo Observatório Obstétrico Brasileiro COVID-19 (OOBr Covid-19) percebeu que a cada cinco gestantes ou puérperas (mães que acabaram de dar a luz) mortas pela Covid-19, uma delas não teve acesso a uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), algo que poderia ter salvo a vidas delas. Em 33% dos óbitos, as vítimas não chegaram nem a ser intubadas com ventilação mecânica.
Os dados compilados nesta sexta-feira (18/6), com base em dados do Ministério da Saúde, revelam que 1.412 gestantes e puérperas perderam a batalha contra a doença. Nos primeiro cinco meses e meio de 2021, o observatório contou 959 óbitos, ou seja, 11,7% a mais do que 2020 inteiro - com 453 ocorrências.
A letalidade da doença neste público também teve um grande aumento neste ano: o índice saltou de 7.4% em 2020 para 17% em 2021. "Desde o início da pandemia, uma a cada cinco gestantes e puérperas que faleceram por SARS-CoV-2 não teve acesso a unidades de terapia intensiva (UTI) e 33% não foram intubadas - o derradeiro recurso terapêutico que poderia salvá-las", diz a nota.
Além das 1.412 vítimas fatais, o obsertário ressaltou ainda que outros 11.785 de registros de gestantes e puérperas com Síndrome Respirátoria Aguda Grave (SRAG) não especificada, com 296 mortes, na avaliação dos pesquisadores, podem ser também episódios de Covid-19.
O OOBr Covid-19 foi criado e é mantido por Rossana Pulcineli Vieira Francisco, docente do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP e presidente da SOGESP, Agatha Rodrigues, docente do Departamento de Estatística da UFES, e Lucas Lacerda, estudante de graduação em Estatística na UFES.
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