Altas temperaturas do verão favorecem surgimento de pedras nos rins; saiba como se prevenir
A doença, que possui alta prevalência no Brasil, não é influenciada apenas pelo calor excessivo. Predisposição genética, uso de alguns medicamentos e alterações metabólicas, também são fatores de risco
Com as temperaturas cada vez mais altas no verão, é importante aumentar o consumo de líquidos para reforçar a hidratação do corpo. Isso porque, quando não há a adequada reposição da água perdida com a transpiração, a urina fica muito concentrada em minerais que podem se sedimentar, se cristalizar e formar cálculos renais.
A doença, que possui alta prevalência no Brasil, não é influenciada apenas pelo calor excessivo. Predisposição genética, uso de alguns medicamentos e alterações metabólicas, também são fatores de risco.
SINTOMAS
Dor forte de início súbito, predominantemente lombar, irradiando para o abdome, bexiga, testículos (nos homens) ou grandes lábios (nas mulheres) e face interior das coxas, costuma ser indicativo de cálculo do tipo que desce pelo ureter (canal da urina entre o rim e a bexiga) e obstrui o fluxo urinário, com distensão da cápsula renal.
A intensidade da cólica costuma ser crescente: o paciente pode ficar pálido, agitado e suar frio. Na bexiga, mais raramente, o cálculo pode obstruir o fluxo urinário, podendo ou não ser eliminado na urina. Presença de sangue na urina com frequência acompanha os casos de cólica renal. Sintomas como náuseas, vômitos, anorexia, mal-estar e infecção do trato urinário também podem se manifestar.
Segundo o urologista Ricardo Souza, além desse conjunto de sintomas, o diagnóstico depende da realização de exames de sangue e urina. "A tomografia de rins e vias urinárias traz detalhes sobre a localização, quantidade, tamanho e dureza dos cálculos, possibilitando a tomada de decisão mais segura. De acordo com os dados clínicos e exames laboratoriais e de imagem, é definida a melhor conduta para cada caso".
A maioria dos pequenos cálculos em trânsito pelo ureter é eliminada espontaneamente. Se as condições permitirem, alguns pacientes podem ser acompanhados apenas para tentar a expulsão espontânea da pedra, evitando procedimentos. "Para essa alternativa conservadora, é fundamental o paciente ter adequado controle da dor, não estar diante de infecção urinária, manter boa função renal e ter fácil acesso a seu urologista. Prescrevemos medicações que ajudam nesse processo e é interessante o paciente coar a urina para identificar a saída da pedra", destacou Ricardo Souza.
Para Ricardo Souza, a prevenção é tão importante quanto o tratamento, pois até metade dos pacientes pode voltar a apresentar a doença novamente. "Medida simples é aumentar o consumo de líquidos. O melhor é a água. Consumir quantidade suficiente para produzir 2,5 litros de urina por dia, limitar o consumo de sal, evitar o excesso de proteínas, realizar atividade física, combater a obesidade e os níveis altos de glicemia são fundamentais na prevenção dos cálculos urinários", concluiu o urologista.
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