'A Menina que Virou Santa': livro infantil sobre Santa Dulce é lançado em Salvador
Livro que traz trajetória de Santa Dulce dos Pobres terá 100% da renda destinada às Obras Sociais Irmã Dulce.
Por Juana Castro.
Salvador recebe, no próximo dia 16 de dezembro (terça-feira), às 18h, o lançamento do livro infantil “A menina que virou santa”, que apresenta de forma lúdica a história de Santa Dulce dos Pobres. O evento acontece no Shopping Barra, no Coworking L3 Oeste.
Escrito por Deíse Xavier Nobre e Lilian Nobre Britto Fischmann, o livro conta com prefácio de Maria Rita Pontes, sobrinha da santa e superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID). A obra busca apresentar às novas gerações a trajetória do Anjo Bom do Brasil por meio de uma linguagem acessível e sensível.
Com tiragem de 1.150 exemplares, o livro terá 100% da renda revertida para a OSID, instituição que atende mais de 3 milhões de pessoas por ano na Bahia.

A publicação surgiu a partir do desejo das autoras de compartilhar com o público infantil a espiritualidade e o legado deixado por Santa Dulce. A inspiração veio de Lisa, neta de Deíse e filha de Lilian, cujo carinho pela santa motivou a transformação da vivência familiar em narrativa literária. “Espero que, ao final da leitura, as crianças compreendam que a bondade pode se manifestar de muitas formas. Que cada uma sinta o chamado para ser instrumento de amor e seguir o que Santa Dulce sempre ensinou: amar e servir. Isso é o que realmente importa”, afirma Deíse, doadora da instituição desde 1980.
Ao longo das páginas, “A menina que virou santa” apresenta episódios marcantes da vida de Irmã Dulce, destacando sua dedicação aos pobres e doentes. Entre eles está o episódio conhecido como a “cusparada”, ocorrido na Feira de São Joaquim, quando, ao pedir uma doação a um feirante, a religiosa recebeu uma cusparada nas mãos e respondeu: “Isso foi para mim. Agora me dê o dos meus pobres”.
A obra também traz relatos pessoais das autoras, como o momento em que Deíse pediu a intercessão de Santa Dulce pela cura da neta.
Responsável pelas ilustrações, Lilian relembra o processo criativo: “Ilustrar este livro foi uma experiência muito especial, porque a narradora da história é a minha filha. Enquanto criava as imagens sobre a vida e a missão de Irmã Dulce, também buscava incluir a Lisa nessa narrativa tão sensível. Acabei combinando tecnologia e criatividade para transformar em desenho as cenas que imaginava, ajustando cores, formas e detalhes para que transmitissem o clima da história e criassem conexão com o público. Foi um trabalho feito com muito carinho e uma grande honra participar desse projeto”.
No prefácio, Maria Rita Pontes destaca a importância da obra para apresentar os valores da santa às novas gerações. “Essa obra traz para as novas gerações, com muita ternura e sensibilidade, a jornada de uma santa próxima, baiana, brasileira, cuja caminhada sempre foi marcada pelo amor e pelo acolhimento aos mais necessitados”, escreve.
Deíse Xavier Nobre é psicanalista, economista e escritora natural de Guanambi (BA), autora dos livros “As Histórias Contadas por Seu Zé Nobre” e “Catando Conchinhas”. Ela divide a autoria da nova obra com a filha, Lilian Nobre Britto Fischmann, baiana de Salvador, mestre em Psicologia Clínica pela Universidade de Braga, em Portugal, e responsável pela concepção visual do livro.

Sobre as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid)
As Obras Sociais Irmã Dulce formam um dos maiores complexos de saúde do Brasil, com atendimento 100% gratuito. A instituição realiza mais de 4 milhões de procedimentos ambulatoriais por ano na Bahia e mantém mais de 20 núcleos de atuação nas áreas de saúde, assistência social, educação, ensino em saúde e pesquisa científica, acolhendo públicos diversos, como idosos, pessoas com deficiência, pacientes oncológicos e pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Milagres de Santa Dulce: os casos que levaram à canonização do 'Anjo Bom da Bahia'
Quais foram os milagres de Santa Dulce? A história de altruísmo e fé de Irmã Dulce, conhecida como "O Anjo Bom da Bahia", culminou em sua canonização como Santa Dulce dos Pobres em 2019. O processo de santidade, rigoroso na Igreja Católica, foi solidificado pelo reconhecimento de dois milagres atribuídos à sua intercessão. Ambos os eventos foram declarados preternaturais, instantâneos e duradouros pelo Vaticano.
Primeiro milagre de Santa Dulce: a cura de uma hemorragia pós-parto
O primeiro milagre, fundamental para sua beatificação, ocorreu em 2001 na cidade de Itabaiana, Sergipe. Cláudia Cristina dos Santos, após dar à luz seu segundo filho, foi acometida por uma grave hemorragia que a deixou à beira da morte por quase 28 horas. Desenganada pelos médicos, sua família, desesperada, recorreu a um padre local, devoto de Irmã Dulce.
O padre entregou uma pequena imagem da religiosa à família de Cláudia e pediu que rezassem por sua intercessão. Pouco tempo depois, de forma inexplicável para a ciência, a hemorragia cessou completamente. Cláudia se recuperou rapidamente, um evento que foi oficialmente reconhecido pelo Vaticano em 2010 e permitiu que Irmã Dulce fosse beatificada em 2011.
Segundo milagre de Santa Dulce: recuperação da visão após 14 anos de cegueira
O segundo milagre, decisivo para sua canonização, envolveu a cura do maestro baiano José Maurício Bragança Moreira. Em 2014, após 14 anos de cegueira causada por um glaucoma agressivo, o maestro sofreu uma crise de conjuntivite e, em um momento de intensa dor, pegou uma pequena imagem de Irmã Dulce e rezou com fervor.
De maneira abrupta e sem qualquer explicação médica, sua visão foi restaurada. A recuperação surpreendeu especialistas no Brasil e em Roma. O Vaticano confirmou o caso como o segundo milagre, pavimentando o caminho para que, em 13 de outubro de 2019, o Papa Francisco canonizasse a Irmã Dulce como Santa Dulce dos Pobres.
Em tempo: em 2024, o legado de Irmã Dulce deu início a uma série especial da TV Aratu sobre freiras, intitulada "Vocação Para a Fé".
Serviço | Lançamento do livro 'A menina que virou santa'
Quando: terça-feira (16), às 18h
Onde: Shopping Barra - Coworking (L3 Oeste)
Renda será destina às Obras Sociais Irmã Dulce
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