Wagner é o Ministro que Lula precisa pra ainda sonhar com reeleição

O ex-governador da Bahia avisou que não quer assumir a Secretaria de Relações Institucionais, mas deve capitular em nome do governo

Por Pablo Reis.

O senador Jaques Wagner está no grupo dos cinco políticos mais influentes e poderosos do país. A avaliação nem é minha, é da quase totalidade dos mais de cem deputados, vereadores, executivos, ministros, secretários que pude conversar nos últimos dez meses.


Se fosse minha a conjectura, eu colocaria Wagner como o mais habilidoso político do Brasil na atualidade, um incomum encontro de capacidade de diálogo, com experiência em vários segmentos, respeito pela imprensa, acesso privilegiado ao governo federal e coerência com as próprias palavras.


O Galego foi convidado para assumir a Secretaria de Relações Institucionais, no lugar de Alexandre Padilha, que vai ser nomeado para o Ministério da Saúde, no lugar da cientista e pesquisadora Nísia Trindade.


Foto: PT/Divulgação

Foto: PT/Divulgação




Duas variáveis se opõem a ele assumir. A primeira é ele ser visto como cota do PT e não ser o nome do Centrão que se busca para apaziguar uma maioria do Congresso.


Essa é uma impressão compartilhada por parlamentares mais recentes, sem muito acesso ao Planalto. Entre os veteranos, há um consenso de que a cabeça branca do ex -governador e as frases polidas são sinônimos de garantia. As conversas com ele são consideradas no fio do bigode, não precisam assinatura e carimbo, o que é acordado é cumprido. 


A outra variável é mais forte. O senador não quer. Considera quase uma carga de sacrifício em nome de Lula. Preferia se manter na liderança do governo e focar na arrumação da chapa estadual de 2026, na reeleição própria e de Jerônimo e na sedução de novos prefeitos baianos.


Antecipadamente, ele já avisou a amigos que se aposentará em 2034, ao final do segundo mandato como senador.


Foto: Manu Dias/Agecom

Foto: Manu Dias/Agecom




As pesquisas recentes sobre o governo, que mostram a aprovação desabando e a desaprovação em prática de alpinismo mostram que o sinal não é mais amarelo - passou há muito ao vermelho. 


O presidente Lula está convicto de que Wagner é o ministro que ele precisa para a reeleição. Ele seria o ponto de equilíbrio, o Poder Moderador informal, capaz de criar o mínimo de coesão entre Executivo, Legislativo e Judiciário. 


Com quase dois anos e meio de mandato, parece que todo mundo está indo por um caminho diferente. Na tentativa de se salvar. 

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