Queiroga e Otto Alencar batem boca em depoimento na CPI e sessão precisou ser suspensa por alguns minutos
Depoimento do ministro da Saúde precisou ser suspenso por alguns minutos após intensa discussão entre ele e Otto Alencar
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, discutiu, nesta terça-feira (8/6), com o senador Otto Alencar (PSD-BA) em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. A sessão precisou ser suspensa para acalmar os ânimos. A discussão começou quando Queiroga, que está sendo ouvido pela segunda vez pelos parlamentares, respondeu que não leu a bula de todas as vacinas contra Covid-19 em uso no país.
"Lamento o senhor não ter lido, porque eu li, de todas", disse o senador, que também é médico. "O senhor é a autoridade sanitária desse país, determina como a vacina deve ser aplicada e quem deve tomar a vacina". Alencar disse que ignorar a bula e não conhecer a posologia e os efeitos colaterais dos imunizantes seria o "ato mais irresponsável que um ministro da Saúde poderia fazer". O senador disse ainda que o ministro estaria promovendo uma "pseudovacinação" no país.
Queiroga, então, se irritou com o senador. “Vossa excelência não pode querer desqualificar a autoridade sanitária de um país por ter lido ou não a bula. Nós vacinamos 70 milhões de brasileiros”, disparou. Otto respondeu: “Não levante a voz para mim, não”. Com a alteração, o presidente da Comissão, Omar Aziz (PSD-AM) determinou uma interrupção por dez minutos.
“NÃO SOU CENSOR DO PRESIDENTE”
Ao ser questionado pelos senadores sobre atitudes do presidente, que contrariam as medidas de prevenção contra a Covid, como o uso de máscaras e o distanciamento social, Queiroga se isentou.
“Senador, o presidente não conversou comigo acerca da atitude dele [de promover aglomerações]. Eu sou um ministro da Saúde, eu não sou censor do presidente da República. Faço parte de um governo, presidente da República não é julgado pelo ministro da Saúde”.
Sobre o grau de importância que dedica ao uso de máscara de proteção e distanciamento social, o ministro disse: “Eu estou sempre de máscara”. Queiroga presta o segundo depoimento ao colegiado. Ele retorna após a primeira oitiva ter sido avaliada pelos senadores como “pouco esclarecedora”.
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