Muniz se irrita por receber menos votos que o esperado: ‘Desleal e antiético’

Eleito presidente da Câmara Municipal de Salvador com 39 votos, o vereador Carlos Muniz (PSDB) demonstrou insatisfação com a quantidade de apoios recebidos, apesar de ter vencido a disputa. Durante a sessão de posse e em entrevistas subsequentes, o parlamentar criticou a quebra de acordos firmados com colegas e classificou a atitude como “falta de ética” e “forma desleal”.

“Não, na realidade, cada um vota como acha que deve votar. Eu sou uma pessoa democrática. Agora, eu acho que acordo é para ser cumprido. Eu mesmo cumpro todos os meus. É por isso que eu exijo que acordo seja cumprido. Então, se a gente não quiser nem puder fazer o acordo, eu acho melhor não fazer. É a melhor forma de você até se destacar em algo que é para o futuro. Eu acho que o destaque da pessoa em qualquer que seja a situação é a palavra”, declarou Muniz, após o resultado.

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O vereador também garantiu que não pretende tomar atitudes contra os que não o apoiaram, mas reforçou o impacto negativo da quebra de compromisso. “Eu não vou perseguir ninguém. Eu disse isso para vocês agora: cada um vota de acordo com a sua consciência. Eu acho só que as pessoas não podem fazer um acordo para não cumprir. Então, eu não faço nenhum [acordo] para deixar de cumprir. Eu acho que é falta de ética daquela pessoa que fez algo desse tipo. Não posso cobrar que ninguém cumpra comigo se eu passo a não cumprir com as pessoas. Então, é uma forma desleal de fazer política ou até de uma vida pessoal”, completou.

Durante seu discurso no plenário Cosme de Farias, Muniz ressaltou sua decepção por ter recebido menos votos do que o esperado, mencionando diretamente os 39 votos obtidos, em vez dos 41 previamente negociados. “Esperava ter 41 votos, mas tive 39. E pode esperar, sou recíproco. Podem esperar reciprocidade para os 39”, afirmou.

Além disso, Muniz expressou insatisfação com o fato de o partido Republicanos não ter indicado a vereadora Ireuda Silva para o cargo de 4ª secretária da Mesa Diretora da Casa. Para o tucano, os compromissos firmados com ele deveriam ter sido respeitados, sobretudo na composição da Mesa. “Por isso, cobro que todos os acordos que sejam feitos comigo também sejam cumpridos. Trato todos com reciprocidade. Eu não posso prometer a um eleitor meu algo que eu não posso fazer”, destacou.

Carlos Muniz é reeleito presidente da Câmara de Salvador. Foto: Matheus Caldas

A eleição, que ocorreu na primeira sessão de 2025, evidenciou divergências internas entre os vereadores e reforçou o tom crítico de Muniz em relação à postura adotada por parte dos seus colegas.

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