Jean Wyllys: 'Feliz de estar vivo para ver Bolsonaro ser condenado'
Ex-deputado federal, Jean Wyllys deixou o Brasil após ameaças durante o mandato de Bolsonaro
Por Juana Castro.
"Estou feliz de estar vivo para vê-lo condenado". Essa foi a resposta do baiano Jean Wyllys, ex-deputado federal pelo PSol, quando questionado sobre a condenação de Bolsonaro pela primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em entrevista ao portal Aratu On nesta sexta-feira (19), ele lembrou que deixou o Brasil durante o mandato do ex-presidente devido às ameaças sofridas. "Não só eu, mas a Comissão Interamericana de Direitos Humanos tomou a decisão correta de que eu deveria sair do país no período em que ele estava na presidência. Não foram anos fáceis”, comentou Jean Wyllys, acrescentando que a experiência do exílio, foi relatada, inclusive, no livro "O Que Não Se Pode Dizer", escrito em parceria com Marcia Tiburi.
Ele [Jair Bolsonaro] sempre foi esse buller, esse cara da violência, do assédio, do insulto, da vigarice. Sempre percebi isso e estou feliz de estar aqui vivo vendo ele ser condenado", frisou Wyllys.
Jean Wyllys sobre o Congresso Nacional: 'O pior da história'
Apesar de comemorar a decisão judicial, o baiano natural de Alagoinhas fez críticas ao atual Congresso Nacional, o qual classificou como “o pior da história”. Para ele, a tentativa de aprovar a anistia a investigados pelos atos antidemocráticos é um retrocesso:
“Vemos o Congresso inimigo do povo tentar votar a anistia, ou seja, tentar livrar fascínoras e pessoas que planejaram assassinatos, que planejaram a abolição violenta do Estado de Direito, que manejaram criminosamente a pandemia de Covid-19. Isso não é justiça, nem reparação”.
Por fim, Wyllys disse o que espera a respeito das condenações determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Espero que sejam mantidas e que a gente veja esse sujeito na cadeia”, concluiu Jean.
Veja abaixo:
Jean Wyllys: 'Feliz de estar vivo para ver Bolsonaro ser condenado'
— Aratu On (@aratuonline) September 19, 2025
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Jean travou embates com Bolsonaro
Natural de Alagoinhas, na Bahia, e campeão da quinta edição do Big Brother Brasil (BBB), Jean foi uma das primeiras pessoas públicas a se manifestar contra posicionamentos de Jair Bolsonaro. Este, por sua vez, costumava tratar Wyllys como "ameaça" à família e à moral.
Em 2016, quando os dois eram deputados, uma cena marcou a votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff: Jean cuspiu em Bolsonaro.
Três anos mais tarde, em entrevista ao jornalista Pedro Bial, Wyllys afirmou que não se arrependia da atitude. E explicou:
"Vivíamos um momento tenso no país, antes de mim, por ordem alfabética, votou Jair Bolsonaro e ele elogiou um torturador. Para completar, eu proferi meu voto e quando voltei ele disse 'queima rosca', como se fosse um garoto. Olhei e vi que era ele, aí fui tomado por um transe, aquela figura me enojava tanto, que foi a reação que eu tive. Eu jamais cuspiria na cara de uma pessoa em condições normais, mas era um acúmulo de xingamentos, de anos de assédio moral, de violência contra mim, de tudo. Naquele dia, foi demais e eu explodi”.
Ainda na ocasião, Jean pontuou que o ex-presidente nunca o tratou como adversário, mas sim como inimigo.
Jean Wyllys no Linha de Frente
O ex-parlamentar esteve na sede da TV Aratu, nesta sexta-feira (19), para participar do programa Linha de Frente, da rádio Antena 1 Salvador. Na oportunidade, falou sobre seu novo livro, "O Anonimato dos Afetos Escondidos", que será lançado neste sábado (20), na livraria Escariz do Shopping Barra, em Salvador.
Colega de faculdade do apresentador, o jornalista Pablo Reis, eles relembraram os temos de Universidade Federal da Bahia (Ufba). Também comentaram sobre Big Brother, movimento LGBT+ e a novela "Vale Tudo", escrita pela também baiana - e ex-colega deles - Manuela Dias.
Confira abaixo a íntegra da entrevista:
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