Governo federal anuncia R$ 20 milhões para combate a facções na Bahia
De acordo com um levantamento do Instituto Fogo Cruzado, apenas em setembro, 177 pessoas foram baleadas na Bahia, 137 morreram e 40 ficaram feridas
O Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou, nesta segunda-feira (2/10), uma série de medidas de combate às organizações criminosas no Brasil, com foco nos estados da Bahia e do Rio de Janeiro. Para a Bahia, o ministro da pasta, Flávio Dino, autorizou o repasse de R$ 20 milhões do Fundo Nacional de Segurança Pública, que deverá ser usado para fortalecer as instituições de segurança pública e defesa do estado.
“Na Bahia, há, infelizmente, um poder armado instalado nas organizações criminosas que oferecem forte resistência e tentam impor domínio territorial, a semelhança do que aconteceu em outros estados”, comentou Dino ao lamentar as mortes de policiais e civis.
Segundo apuração da Folha de S. Paulo, a escalada da violência na Bahia nos primeiros meses de gestão do governador Jerônimo Rodrigues (PT) é visto por petistas e integrantes da administração federal como o "teto de vidro" do governo Lula (PT).
De acordo com um levantamento do Instituto Fogo Cruzado, apenas em setembro, 177 pessoas foram baleadas na Bahia, 137 morreram e 40 ficaram feridas. Das 177, 81 foram atingidas durante operações policiais. Em Salvador e Região Metropolitana, foram registrados 74 tiroteios em ações policiais, que resultaram na morte de 72 pessoas e deixaram 13 feridas.
DESTINO DO DINHEIRO
Os repasses do governo federal fazem parte do Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas (Enfoc), um desdobramento do Programa de Ação na Segurança (PAS), instituído em julho deste ano.
Segundo Flávio Dino, o governo federal destinará R$ 900 milhões para custear parte das iniciativas a serem realizadas no âmbito do programa, até 2026. Dividido em cinco eixos, o Enfoc prevê ações de fortalecimento da integração entre os órgãos federais e estaduais de segurança pública; bem como para melhorar a eficiência dos órgãos policiais.
“O que é próprio do Enfoc, o que o distingue, é exatamente esta dimensão do trabalho [conjunto] das polícias [dos estados] e federal”, disse o ministro, detalhando os outros três eixos do programa: a vigilância em portos, aeroportos, fronteiras e divisas; melhoria da eficiência do sistema de Justiça Criminal e maior cooperação entre estados e governo federal no enfrentamento ao crime organizado.
RIO DE JANEIRO
De acordo com Dino, o programa é o resultado de meses de debates com diferentes órgãos e entes, incluindo as Forças Armadas, e não é uma resposta pontual para casos recentes. Segundo o ministro, há, atualmente, cerca de 60 grupos classificados como organizações criminosas atuando em território brasileiro, e uma das mais eficazes formas de enfrentá-las é descapitalizá-las.
Como parte das ações do programa, o ministro também autorizou o envio de efetivos da Força Nacional de Segurança Pública para o Rio de Janeiro, onde os agentes atuarão “no enfrentamento das atividades delituosas que impactam na segurança pública e nos indicadores de mortes violentas”.
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