'É um episódio superado', diz Geddel sobre malas de dinheiro

'É um episódio superado', diz Geddel sobre malas de dinheiro

Por João Tramm.

O ex-ministro e ex-deputado federal Geddel Vieira Lima participou do programa Linha de Frente, comandado pelo jornalista Pablo Reis. 'É um episódio superado', diz Geddel sobre malas de dinheiro que a Polícia Federal encontrou R$ 51 milhões em malas e caixas em um apartamento em Salvador, em 2017.

“Passaram 10 anos desse episódio. É um episódio superado. Eu fui preso, respondi o processo, paguei o preço através do Judiciário. Sem pedir anistia, sem chororô e suportando todo tipo de pressão. Estou seguindo minha vida.”

'É um episódio superado', diz Geddel sobre malas de dinheiro ; Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

'É um episódio superado', diz Geddel sobre malas de dinheiro 

O ex-ministro declarou ainda que, do ponto de vista político, ninguém na Bahia — e poucos no Brasil — têm moral para julgá-lo. “Do ponto de vista político, não tem nenhum na Bahia e muito no Brasil que tenha moral para apontar o dedo para mim”, acrescentou.

Geddel também participou na última semana do programa Linha de Frente na Rádio Antena 1. No dia, ele comentou este assunto e classificou como “hipócritas” as críticas que sofreu, sobretudo por políticos baianos, quando esteve na prisão em razão da condenação. 

Questionado se o dinheiro encontrado seria destinado a campanhas eleitorais, Geddel evitou detalhar, mas indicou que o caso se insere na lógica do financiamento político no país.

“Basta ser um pouco inteligente. Quem foi candidato a governador, senador, deputado federal... Evidentemente, dentro do sistema de financiamento de campanha que existe hoje no Brasil, você termina pagando esses preços. Ninguém tem moral para apontar o dedo para mim. Todos conhecem como funciona esse sistema.”

Ele conta que, após ser preso, se tornou “um leproso”. Contudo, em 2022, diz que passou a ser novamente procurado por lideranças políticas como o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), o ex-prefeito ACM Neto (União), o prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (União), o ex-deputado estadual Marcelo Nilo (Republicanos) e o senador Jaques Wagner (PT).

Apesar disso, em 2022, Geddel foi cortejado pelos grupos de ACM Neto e Jerônimo Rodrigues (PT). No fim das contas, o ex-ministro aderiu à campanha do petista

Geddel revela seu maior erro e diz que Neto pode seguir mesmo caminho

Em entrevista ao programa Linha de Frente, comandado pelo jornalista Pablo Reis, o ex-ministro e ex-deputado federal Geddel revela seu maior erro e diz que Neto pode seguir mesmo caminho. No papo, Geddel Vieira Lima (MDB) fez uma autocrítica sobre sua trajetória política. 

"Jaques Wagner diz que todos que encostam no PT crescem junto. É verdade. Mas eles se encostaram na gente para crescer. Foi em 2006, quando fizeram aliança conosco, fizeram uma imagem mais de centro para a população, que botamos Edmundo e venceram sua primeira eleição. A partir daí se desenvolveram competentemente”, analisou.

Ao refletir sobre o pleito de 2010, o ex-ministro admitiu ter cometido um equívoco estratégico ao disputar o governo estadual contra Wagner, que acabou reeleito. Nas eleições de 2010, Jaques Wagner (PT) venceu, e Geddel ainda terminou atrás de Paulo Souto (então DEM).

“Eu cometi o que considero o maior erro da minha vida, por más influências, por não ouvir, por não ter a maturidade que tenho hoje. Culpa de Wagner, culpa minha. Ser candidato em 2010 ao governo do estado, quando tinha o Senado. 

Questionado por Pablo Reis se ACM Neto poderia cometer o mesmo erro que Geddel ao se lançar no momento errado ao governo do estado, Geddel fez um alerta ao ex-prefeito. Segundo, o emedebista, o nome nacional é decisivo para escolha do governador da Bahia.

“ACM Neto tem a capacidade de perceber que esta eleição é muito difícil para ele. A eleição aqui é colada com a nacional. ACM Neto aposta muito na perspectiva de Tarcísio de Freitas ser candidato, eu não creio nessa possibilidade. Ele tem reeleição encaminhada em São Paulo. Ele vai deixar tudo isso? Então ACM Neto perde sua âncora nacional. Eu creio que ele vai desistir para não ficar carimbado como perdedor. Eu não vejo ACM Neto com um grupo político estruturado. Era muito mais lógico Bruno Reis deixar a prefeitura e ser candidato. Seria muito mais envolvente”, comparou.

Malas de Geddel

Sondado para cargos, Geddel não deve sair

Na entrevista ao Linha de Frente, o emedebista afirmou que não deseja mais participar de campanha política. Ao Aratu On, o ex-deputado federal Lúcio Vieira Lima (MDB) refutou qualquer possibilidade de retorno político de seu irmão, Geddel Vieira Lima. Nos últimos dias, o ex-ministro voltou a chamar atenção após publicar uma série de vídeos apoiando o governo no combate a segurança pública. 

Em entrevista ao programa Linha de Frente, da rádio Antena 1, ele se defendeu e disse que “qualquer político poderia ter passado por situação semelhante”. “Qualquer político baiano, brasileiro, viveu esse drama que é o financiamento eleitoral de campanhas políticas. Pronto. Aconteceu. Como aconteceu? Não sei”, disse.

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