Conheça vereador de Santo Estêvão suspeito de ajudar a ‘lavar' R$ 4 bilhões
Vereador de Santo Estêvão, Ailton Leal é irmão de traficante morto em confronto com polícia em 2017
Por Da redação.
Ailton Leal (PT). Este é o nome do vereador de Santo Estêvão, no Recôncavo Baiano, preso nesta quarta-feira (24) durante a Operação Anátema, deflagrada pela Polícia Civil. Ele é suspeito de integrar grupo criminoso especializado em lavagem de dinheiro, cuja movimentação financeira ultrapassa R$ 4,3 bilhões.
Segundo informações da Polícia Civil, esquema atua em pelo menos quatro estados, incluindo a Bahia.
Natural de Castro Alves, no Recôncavo, Ailton Leal, de 45 anos, foi reeleito para o segundo mandato consecutivo, com 963 votos.
Nas redes sociais, o vereador de Santo Estêvão se diz professor de educação física, ainda que, no registro de candidatura protocolado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2024, indique não ter ensino superior, apenas o médio.
Ailton Leal é administrador de um posto de combustíveis, apontado pelos investigadores como instrumento de lavagem de dinheiro.
Ele teve R$ 18 mil em espécie, além de cheques e contratos, apreendidos no posto vinculado ao esquema. Conforme a investigação, o vereador de Santo Estêvão é irmão de um traficante de alta periculosidade morto em confronto com a polícia em 2017.
Segundo o registro de candidatura no TSE, ele tem R$ 154 mil em bens registrados, divididos em depósitos bancários e um carro avaliado em R$ 55 mil.
Além dele, outro parlamentar, cujo nome não foi divulgado, também é suspeito de integrar o esquema. Em Jaguarari, um imóvel ligado a este político foi alvo de mandado de busca e apreensão, resultando na apreensão de celulares e documentos.
Operação Anátema e vereador de Santo Estêvão preso
A operação, realizada na Bahia, Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná, cumpriu, até o momento, sete mandados de prisão temporária e três prisões em flagrante. Também foram apreendidas cinco armas de fogo, uma arma artesanal, dez carros, duas motocicletas, mais de R$ 20 mil em espécie, além de joias, eletrônicos e documentos, que ainda estão sendo contabilizados.
Durante a ação, foram identificados indícios de sonegação fiscal, que serão apurados pela Secretaria da Fazenda (Sefaz). Valores em dinheiro, cheques e contratos também foram apreendidos.
As investigações, iniciadas em 2023, revelaram um esquema estruturado de movimentação financeira ilícita, utilizando contas de terceiros e empresas de fachada para dissimular recursos oriundos do tráfico de drogas. Diante do volume identificado, que supera R$ 4,3 bilhões, o Draco solicitou ao Judiciário o bloqueio de todos os bens móveis e imóveis ligados aos investigados.

Operações deflagradas na Bahia
Na última terça-feira (23), dezoito pessoas foram presas durante a Operação Castelo de Cartas, deflagrada em Jequié, no sudoeste da Bahia. Segundo a Polícia Civil, o grupo criminoso é apontado como responsável por pelo menos 19 assassinatos consumados neste ano.
As investigações começaram em janeiro de 2025, após uma sequência de homicídios de extrema violência na cidade. Ao todo, foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão contra suspeitos envolvidos em homicídios, tráfico de drogas, comércio ilegal de armas e lavagem de dinheiro.
Segundo estado mais violento do Brasil
A Bahia apareceu como o segundo estado mais violento do Brasil em 2024, de acordo com dados do Anuário de Segurança Pública. De acordo com o ranking, o Amapá lidera a lista dos estados mais violentos do Brasil, com uma taxa de 45,1 mortes por 100 mil habitantes. Em seguida, aparecem a Bahia (40,6), Ceará (37,5), Pernambuco (36,2) e Alagoas (35,4).
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