Bolsonaro insulta mais uma jornalista, dizendo que pergunta sobre vacinas é "idiota" e profissional deveria "nascer de novo"
"Para de fazer pergunta idiota, pelo amor de Deus", repetia o mandatário.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a insultar jornalistas nesta sexta-feira (25/6). Enquanto visitava a cidade de Sorocaba, no interior de São Paulo, ele reclamou de perguntas feita por diversos jornalista, mas, em particular, as profissionais Victória Abel, da Rádio CBN, e Adriana de Luca, da CNN Brasil. Ele insinuou que uma repórter deveria voltar para a faculdade, depois disse que estudasse novamente o ensino primário, em seguida, para o jardim de infância. Mais tarde falou para uma delas "nascer de novo". O gestor não usava máscara e causou aglomeração ao chegar na cidade.
Diversos jornalistas perguntaram sobre a falta de vacina e sobre a compra irregular da Covaxin, o que deixou o presidente irritado. "Presidente, as negociações [para a compra da vacina] continuaram depois das denúncias de irregularidades? Houve negociação depois da suposta denúncia de irregularidade?", questionou um dos profissionais. "De novo? Volta pra faculdade, vai. Volta pra faculdade", disse ele, pela primeira vez.
Os representante da imprensa não desistiram, perguntando novamente sobre a vacina indiana comprada por um preço 10x mais caro. "Ah, para de fazer pergunta... Faculdade não, volta pro Ensino Primário. Outra pergunta", brigou, continuando sem responder.
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Mais tarde, ele a insultou mais uma vez. "De novo? eu mandei você voltar pro primário, volta pro jardim de infância, você, por favor", continou, ainda sem responder. Outra jornalista fez mais uma pergunta, inaudível, sobre a falta de vacinas, e Bolsonaro começou a confrontá-la. "Responda, comprada quando? Responda! Ah, fevereiro? Onde que tem vacina vender, pra atender todo esse mercado? responda! Para de fazer pergunta idiota, pelo amor de Deus. Parece pergunta de... acabou sua vez, volta, nasça de novo. Rídiculo! Você está empregada onde? Vamos fazer pergunta inteligente, pessoal. A gente quer salvar vidas", reclamou.
Após o embate, Bolsonaro disse que a vacina Covaxin não foi comprada e que havia apenas um erro no documento apresentado pelo servidor do Ministério da Saúde. O presidente alegou que ocorreu um erro no documento, pois "faltou um zero" para indicar que seriam três milhões de doses e não 300 mil. Segundo ele, seria impossível um superfaturamento de 1000% nos contratos.
Em nota, a CBN disse que "repudia o tratamento agressivo e insultuoso de Jair Bolsonaro à repórter Victória Abel. Não foi à repórter que faltou educação nesse episódio. A CBN se solidariza com Victória Abel, que, assim como todos os nossos jornalistas, continuará a fazer seu trabalho para informar os brasileiros". Na internet, a hastag "Bolsonaro Chiliquento" e "chilique de Bolsonaro" figuraram entre as mais faladas do twitter.
Lançamos aqui a campanha #BolsonaroChiliquento. Não aguenta ouvir uma pergunta que não seja da sua claque que já fica dando chilique. pic.twitter.com/YsC3T2QRHc
— Desmentindo Bolsonaro (@desmentindobozo) June 25, 2021
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