A denúncia pode determinar se uma mulher continuará viva ou será assassinada, diz vereadora
Em 2020, também houve um aumento do número de casos de feminicídio
A Lei Maria da Penha completou 15 anos no sábado (7/8) enfrentando um dos maiores desafios de sua existência, com o aumento do número de denúncias de violência doméstica. Diante desse quadro, a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara de Salvador, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), alerta que, assim como no ano passado, o confinamento ocasionado pela pandemia do novo coronavírus aproximou ainda mais as vítimas de seus agressores.
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, a cada minuto de 2020, alguém ligou para um centro de denúncias para relatar um caso de violência doméstica contra mulheres. O Disque 190, por exemplo, recebeu 694.131 ligações sobre violência doméstica, um aumento de 16,3% em relação a 2019. Além disso, 230.160 mulheres denunciaram um caso de violência doméstica em 26 estados.
Em 2020, ainda segundo o documento, também houve um aumento do número de casos de feminicídio: foram 1.350, o que representa crescimento de 0,7%. 61,8% das mulheres assassinadas eram negras e 81,5% dos crimes foram cometidos por companheiros ou ex-companheiros.
“É urgente frear a violência contra a mulher, principalmente a violência doméstica, que acontece em casa e alimenta um contexto favorável ao feminicídio. A maioria dos assassinatos de mulheres, inclusive, é cometida por companheiros e ex-companheiros por motivos banais relacionados a ideias retrógradas e machistas”, analisa Ireuda.
“Vale dizer ainda que essas ideias machistas prejudicam o combate à violência doméstica: muitas testemunhas de agressões não buscam ajuda por acharem que aquilo não é da sua conta. Mas, na realidade, a denúncia pode determinar se uma mulher continuará viva ou será assassinada”, acrescenta.
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