Bolsonaro é intimado pela PF para depor sobre tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e militares de alta patente do núcleo duro bolsonarista são os alvos centrais da Tempus Veritatis
com informações do SBT News
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi intimado a depor à Polícia Federal nesta quinta-feira (22/2) sobre a tentativa de golpe de Estado, investigada na Operação Tempus Veritatis. O coronel Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens no Planalto, e o ex-assessor Tércio Arnaud Tomaz, também serão ouvidos.
A defesa de Bolsonaro, segundo o SBT News, deve pedir o adiamento do depoimento à PF. As defesas dos outros dois intimados questionaram a falta de acesso ao inquérito e também devem tentar adiar a oitiva.
Bolsonaro, Câmara e Tércio Arnoud foram alvos da Tempus Veritatis no dia 8 de fevereiro. Os dois últimos estão presos preventivamente por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Outros três presos, o coronel Bernardo Romão Corrêa Neto, que estava nos Estados Unidos e já está detido, o major Rafael Martins de Oliveira e o ex-assessor especial para Assuntos Internacionais Filipe Garcia Martins, ainda vão depor.
Bolsonaro, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e militares de alta patente do núcleo duro bolsonarista são os alvos centrais da Tempus Veritatis.
Na lista de investigados estão os ex-ministros general Walter Souza Braga Netto (Casa Civil e Defesa), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa e ex-comandante do Exército), general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional - GSI) e Anderson Torres (Justiça e Segurança Pública).
TRANSFERÊNCIA DE R$ 800 MIL
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma transferência de R$ 800 mil antes de viajar aos Estados Unidos em dezembro de 2022, após perder as eleições presidenciais, segundo a Polícia Federal (PF). O passaporte do ex-presidente foi apreendido pela Operação Tempus Veritatis no dia 8 de fevereiro. As informações estão em um documento da investigação obtido pelo blog da Andréia Sadi, do g1.
Segundo a PF, os investigados “tinham a expectativa de que ainda havia possibilidade de consumação do golpe de Estado”, e sabiam dos atos ilícitos cometidos.
“Alguns investigados se evadiram do país, retirando praticamente todos seus recursos aplicados em instituições financeiras nacionais, transferindo-os para os EUA, para se resguardarem de eventual persecução penal instaurada para apurar os ilícitos”, indica o documento.
Para a polícia, nesses R$ 800 mil pode estar o dinheiro do “desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras”, como no caso da venda de joias dadas de presente pela Arábia Saudita ao governo brasileiro.
“Evidencia-se que o então presidente Jair Bolsonaro, ao final do mandato, transferiu para os Estados Unidos todos os seus bens e recursos financeiros, ilícitos e lícitos, com a finalidade de assegurar sua permanência do exterior, possivelmente, aguardando o desfecho da tentativa de Golpe de Estado que estava em andamento”, diz a PF.
Após a transferência dos R$ 800 mil, Bolsonaro chegou a ficar com R$ 111 mil negativos em sua poupança no Brasil.
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