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01/12/2022 19h31 | Atualizado em 01/12/2022 19h56

Para ministro de Bolsonaro, cancelar orçamento secreto não é ato contra Arthur Lira 

No último dia 30, Bolsonaro enviou ao Congresso um projeto de lei para alterar o Orçamento da União deste ano e permitir que essas emendas tenham sua liberação cancelada por ato do Poder Executivo

Para ministro de Bolsonaro, cancelar orçamento secreto não é ato contra Arthur Lira  Foto: Agência Brasil
João Brandão

O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem dito a deputados bolsonaristas que não foi um ato de retaliação do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o mandatário da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a proposta do Planalto de cancelar pagamento das emendas de relator em 2022. As emendas de relator são conhecidas como "orçamento secreto", de acordo com a coluna de Teles Faria, do portal UOL. No último dia 30, Bolsonaro enviou ao Congresso um projeto de lei para alterar o Orçamento da União deste ano e permitir que essas emendas tenham sua liberação cancelada por ato do Poder Executivo.

O projeto foi visto no Congresso como uma retaliação motivada pela irritação de Bolsonaro com o fato de Lira estar se aproximando do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Lira é candidato à recondução ao comando da Câmara. Acaba de receber o apoio do PT e dos partidos aliados a Lula, com quem já se encontrou duas vezes depois das eleições de outubro. Guedes tem evitado falar publicamente, mas continua em contato com deputados governistas e até com integrantes da equipe de transição de Lula, incluindo o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin. 

Foi perguntado ao ministro se Bolsonaro também teria proposto o cancelamento do orçamento secreto, caso vencesse as eleições. Ele respondeu aos deputados com quem conversou que não vê "o presidente aborrecido com Lira". Guedes afirma que, caso reeleito, Bolsonaro iria fechar as contas de 2022 com a aprovação do Imposto sobre Lucros e Dividendos, o que, segundo ele, liberaria R$ 69 bilhões do Orçamento. O projeto de taxação dos lucros e dividendos foi aprovado na Câmara, mas está parado no Senado desde setembro de 2021. Se Bolsonaro fosse reeleito, Guedes acredita que seria possível aprová-lo ainda neste ano.

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