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"Existe a mentalidade do bandido bom é bandido morto", diz secretário sobre "tribunal do crime" que vitimou tio e sobrinho

O titular da SSP defendeu ainda que a cúpula da segurança pública não utiliza-se de meios violentos para resolver casos criminosos.

Por Da Redação

"Existe a mentalidade do bandido bom é bandido morto", diz secretário sobre "tribunal do crime" que vitimou tio e sobrinhodivulgação/SSP

O secretário da Segurança Pública da Bahia, Ricardo Mandarino, comentou nesta segunda-feira (10/5) a operação "Retomada", deflagrada para prender seguranças particulares e traficantes suspeitos de um "tribunal do crime" que terminou na morte de tio e sobrinho no bairro do Nordeste de Amaralina, em Salvador. Na ação, ao todo, seis pessoas foram presas. 


O titular da SSP condenou a ação dos seis. "Não vamos tolerar esse tipo de crime, onde seguranças, ao invés de chamarem a polícia, que é o comportamento adequado, chamaram os traficantes. Existe a mentalidade do bandido bom é bandido morto. Os rapazes nem bandidos eram. Mentalidade horrível que se instalou no país. Resultado dessa propaganda que a população tem que andar armada", argumentou. 


Apuração do Aratu On mostrou que Bruno Barros da Silva, 29, e o sobrinho dele, Ian Barros da Silva, 19, já tinham passagens pela polícia, todas pelo crime de furto. O tio já havia sido conduzido para delegacias pelo menos cinco vezes entre os anos de 2013 e 2020. Na primeira delas, foi apontado por furtar uma blusa de marca dentro de uma loja. O gerente flagrou a chamou a Polícia Militar. 


Já em 2016, Bruno foi conduzido para uma unidade policial após ser reconhecido por seguranças de uma loja de eletrônicos. Segundo a denúncia, ele estava acompanhado de outros dois homens. O trio ficou "em posição estratégica, sendo um próximo ao caixa; o outro na porta e o terceiro no meio da loja esperando descuido de funcionários para, como de costume, furtarem celulares". 


"Salienta que [comparsa] e Bruno foram os mesesmo que, conforme ocorrência [datada de 2016] empreenderam o furto de um aparelho de telefone celular Samsuns, avaliado em R$ 1500", ressalta ainda a ocorrência. Já Ian havia sido apresentado em delegacia uma vez na vida, após suspeita de ter furtado um celular de dentro de uma loja em um grande shopping de Salvador. Nesta ocorrência, Bruno também foi denunciado.


O titular da SSP defendeu ainda durante a coletiva que a cúpula da segurança pública não utiliza-se de meios violentos para resolver casos criminosos. "A polícia baiana não é violenta, não vai matar ninguém. A polícia não vai matar. Temos que preservar vidas. Acontecem mortes em confrontos? Acontecem. Se o bandido reage com arma, aí ele está na situação de legítima defesa", completou Mandarino. 


APURAÇÃO 


Os corpos de Bruno e Ian foram encontrados dentro do porta-malas de um carro, na localidade da Polêmica, em Brotas, no dia 26 de abril, com marcas de tortura e de tiros. Após investigações da SSP, foi constatado que ambos foram entregues por seguranças do supermercado Atakarejo a traficantes após furto de pedaços de carne. 


As ações desta segunda-feira ocorreram simultaneamente nos bairros de Nordeste de Amaralina, Mata Escura, Fazenda Coutos e no município de Conceição de Jacuípe. 


Participam da operação equipes dos Departamentos de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), de Inteligência Policial (DIP), de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), de Polícia Metropolitana (Depom), além da Coordenação de Operações da Polícia Civil, da Coordenações de Operações Especiais (COE), do Grupamento Aéreo, da Rondesp Atlântico, 40ª CIPM, Serviço de Inteligência da SSP e DPT.


A polícia também voltou ao estabelecimento comercial. "Aqui no supermercado estamos colhendo provas através de computadores, documentos, entre outros eletrônicos", explicou a delegada Zaira Pimentel.


Em nota, a rede Atakarejo repudiou o fato ocorrido e manifestou total solidariedade às famílias das vítimas de violência na loja do Nordeste de Amaralina. "Desde o início, a empresa vem colaborando com as autoridades policiais. O Atakarejo informa que foi aberta sindicância interna que decidiu pelo afastamento dos seguranças até que os fatos sejam devidamente esclarecidos pelas autoridades competentes", disse.


"Sempre norteado por ideais de Justiça, responsabilidade e total transparência, o Atakarejo é uma empresa que atua na Bahia há 26 anos, com 23 lojas, gerando 6.300 empregos diretos e tem a honra de abastecer as casas e negócios dos baianos. A empresa reafirma o compromisso com o seu código de ética e conduta e que jamais irá tolerar qualquer ato de violência", completou. 


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