"Velozes e Furiosos" com ônibus furtados em Salvador é mais comum do que você imagina; relembre casos

Os passageiros já sabem: ônibus fora de rota está indo para a garagem. Mas se você está em Salvador, o coletivo pode estar sendo conduzido por alguém em um "ataque de fúria" ou que resolveu, simplesmente, furtar o veículo para dar um passeio. Duvida? A última ação dessas, praticada pelo ex-mecânico Estevão Cardoso Marcos Santos na tarde da última segunda-feira (24/8), não foi bem uma novidade. No período de exatamente um ano, dois casos parecidos foram registrados na capital baiana e dois na Região Metropolitana. Além disso, uma situação em 2010 virou notícia nacional.

Em agosto de 2019, a Bahia conheceu Jorge Fernando Pereira da Silva, também ex-mecânico. Somente ele foi responsável por três dos crimes. No currículo estão ônibus furtados na Estação Mussurunga, Barra do Jacuípe e Dias D'Ávila. Preso depois da primeira "aventura", no dia 2, ele argumentou que queria chegar à cidade de Aracaju, em Sergipe. O "Velozes e Furiosos" da Bahia terminou na BR-324, após perseguição policial. Porém, não acabava ali a "fama" de Jorge perante os rodoviários de Salvador. Três dias depois, foi visto "rondando" a garagem da Estação Acesso Norte e foi expulso por motoristas. 

Naquele ponto e local, Fernando estava apenas na metade dos seus crimes. No dia 6 de agosto, já na Região Metropolitana, entrou em um ônibus quebrado, o consertou e tentou fugir para Aracaju, mas acabou capturado durante uma blitz da 53ª Companhia Independente da Polícia Militar (Mata de São João) em Barra do Jacuípe, município de Camaçari. Na delegacia, demonstrou admiração ao saber que o motorista "oficial" do coletivo não sabia extrair o ar da bomba de combustível. Já no dia 21 de agosto foi localizado pela Polícia Rodoviária Estadual na Estrada do Derba, após furtar um ônibus em Dias D'Ávila. Agora, não se tem notícias dele.

Como, às vezes, alguns de nós têm a tendência de copiar péssimos exemplos, não demorou muito para um veículo ser furtado por outra pessoa: Alessandro Brás Vilas Boas, de 38 anos. Era manhã do dia 20 de novembro quando ele aproveitou que o motorista da empresa OT Trans desceu para tomar café no bairro da Engomadeira para cometer o crime. Detalhe: ele embarcou passageiros e só parou no Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira, a poucos quilômetros de onde começou a sua aventura. Antes chegar em seu destino, Alessandro teria pedido aos passageiros que fizessem fotos dele. O rapaz foi apresentado no Grupo Especial de Repressão a Roubos em Coletivos (GERRC). 

A situação na segunda-feira, envolvendo Estevão, tem relação com sua demissão. Ele argumenta que trabalhou para uma empresa do transporte público de Salvador há 10 anos e guarda mágoas por isso. Essa teria sido a motivação para que tomasse a decisão de invadir duas garagens com um ônibus furtado, danificando, pelo menos, oito veículos. O prejuízo ainda não calculado. Preso, não demonstrou arrependimento, já que teria "desenvolvido síndrome do pânico" enquanto fucionário. 

Dique do Tororó, 2010. Coincidência ou não, 10 anos antes de Estevão, outro ex-funcionário do sistema de transportes, Luís Antônio Santos, ganhava as manchetes. O ex-motorista, da então empresa Modelo, furtou um coletivo na garagem da empresa e tentou jogar o carro no Dique do Tororó. Por sorte, ninguém ficou ferido e o rapaz foi preso. 

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