"Não sei em quem acreditar", diz sobrinha de idosa que teve corpo trocado no Hospital da Mulher
"Não sei em quem acreditar", diz sobrinha de idosa que teve corpo trocado no Hospital da Mulher
Preparando-se para enterrar a tia, a jovem Isla Rocha teve uma surpresa desagradável: "não era o corpo dela". Dona Railda Conceição, de 76 amos, morreu na terça-feira (16/6), após complicações cirúrgicas. Ela tratava um câncer no reto e no útero, no Hospital da Mulher, em Salvador.
"Segundo o hospital - mas não sei em quem acreditar -, o corpo [de D. Railda] foi enterrado ontem, em São Sebastião do Passé. Agora, vamos registrar ocorrência na Polícia Civil e ir para a cidade para a exumação do corpo", disse Isla à repórter Driele Veiga, da TV Aratu.
O enterro da idosa ocorreria nesta quinta-feira (18/6), às 10h, no Cemitério Municipal de Plataforma, mas, com a situação, foi remarcado para esta sexta (19/6). O outro corpo continuou no Hospital da Mulher e foi retirado pela respectiva família.
POSICIONAMENTO DO HOSPITAL
Após tomar conhecido do caso, representantes do Hospital da Mulher se prounciaram sobre a situação. A unidade declarou o ocorrido "inconcebível", e afirmou que uma sindicância foi aberta com objetivo de realizar uma apuração detalhada dos fatos e responsabilidade dos envolvidos no processo.
"A Unidade possui protocolo de Liberação do Óbito onde o procedimento consiste na conferência dupla da identificação do óbito da paciente, tanto no corpo da paciente quanto na parte externa do saco que o guarda. As etiquetas são conferidas pelo serviço de segurança e, também, por familiar da paciente que participa deste processo de reconhecimento do corpo. Por não se tratar de paciente suspeita ou confirmada de COVID19, a primeira família teve total acesso ao reconhecimento do corpo junto a equipe do Hospital, liberando-o para a retirada através da funerária, etapa final em que houve a troca do corpo", explicou a instituição, em nota.
O hospital reconheceu a gravidade do caso, e se comprometeu a tomar todas as medidas cabíveis e necessárias para identificação dos responsáveis e regularização da situação junto às famílias.
CASO SEMELHANTE
Um caso parecido ocorreu com o hospital espanhol, no início deste mês. Uma mulher que estava internada na unidade, faleceu em decorrência da Covid-19, e teve seu corpo trocado com o de outra paciente.
Na ocasião, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) instaurou um inquérito civil, para apurar a falha no serviço de liberação de corpos. O corpo da vítima foi enterrado após quatro dias da morte, quando o corpo foi encontrado e reconhecido.
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