Lojista que chorou na frente de ACM Neto já teve nome envolvido em esquema de pirâmide; "nasci de novo"
Lojista que chorou na frente de ACM Neto já teve nome envolvido em esquema de pirâmide; "nasci de novo"
O empresário que fez um apelo, emocionado, ao prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), pela reabertura dos shoppings é Adelmo Pinto da Silva Filho. Ele foi réu em um processo judicial atrelado à uma transação comercial que, em 2005, teria causado um prejuízo de mais de R$ 1 bilhão e lesado cerca de 50 mil pessoas no Brasil.
O negócio era praticado pela empresa Avestruz Master, que fornecia contratos de venda e compra de avestruzes em um esquema de pirâmide financeira. Altos lucros eram prometidos com a criação de casais das aves em um prazo de três meses. Porém, o grupo fechou e, em seguida, os investidores reclamaram que nenhum dos responsáveis atendia às tentativas de contato por telefone.
Adelmo Pinto, atual dono de uma hamburgueria localizada no Salvador Shopping, era sócio-administrador da empresa que realizava as atividades na Bahia. Ao Aratu On, ele relatou, no entanto, que foi uma das vítimas de tal empreendimento. Segundo o comerciante, sua empresa atuava como uma representação comercial da Avestruz Master, estabelecida em Goiânia, e também, foi prejudicada pelos verdadeiros donos do negócio.
A fraude resultou na prisão de ex-diretores da empresa goiana. O Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia contra Jerson Maciel da Silva, Jerson Maciel da Silva Junior, Emerson Ramos Correia e Patricia Aurea Maciel da Silva, diretores da organização.
De acordo com Adelmo, em dezembro de 2005, ele reuniu grande parte dos clientes envolvidos na transação para explicar a situação e, em seguida, viajou para a capital goiana com o intuito de encontrar os responsáveis pelo negócio, mas eles tinham fugido para o Paraguai.
“Eles não pagavam os comissionamentos pelas vendas e eu fiquei sabendo que faziam isso em todos os estados. Eles chamavam uma pessoa que tivesse contato e reputação reconhecidos para ser a representação deles em cada lugar”, disse.
Mesmo aparecendo em um processo como réu, Adelmo contou que não foi responsabilizado pela fraude, porque os valores eram depositados na conta da Avestruz Master. “A Justiça buscou quem recebia os valores”. Pinto relatou ainda que não entende porque isso voltou a ser discutido depois que fez o apelo ao prefeito. “Eu sou uma pessoa que convivo no shopping todos os dias. Eu não estava me escondendo, eu não sou um cara desse tipo".
Adelmo contou, ainda, que entrou com um processo na Justiça contra a Avestruz Master e tomou as medidas cabíveis, em sua defesa na época, quando tinha apenas 24 anos e viveu momentos difíceis em sua vida. “Eu fiquei arrasado. Eu posso dizer, tranquilamente: eu nasci de novo!”.
O empresário reforçou a importância da flexibilização das atividades comerciais durante esse período de pandemia, defendendo a necessidade do aquecimento da economia, principalmente, para proporcionar a retomada dos trabalhos dos comerciantes. “Eu queria pedir que a população busque se proteger e frequente os shoppings pra ajudar os lojistas que estão, há 120 dias, sem trabalhar. São pessoas que têm que manter empregos".
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