Livro de 1981 teria previsto pandemia de coronavírus: verdade ou mentira?

Um vídeo que tem circulado nas redes sociais mostra um homem com o livro "The Eyes of Darkness" (os olhos da escuridão, em tradução livre), de Dean Koontz. Páginas da obra provariam que o autor previu o coronavírus, já que a historia conta de um vírus surgido na cidade de Wuhan, que atacaria os pulmões e iria começar em 2020. Mas será que as informações são reais?

A resposta seria "mais ou menos". Para começar, o autor, que escreveu vários livros de ficção,  fala de um vírus criado em laboratório como uma arma e cuja mortalidade é de 100%. Ainda não se sabe a origem do coronavírus, mas a hipótese principal é de que ele tenha se originado em morcegos e, felizmente, a mortalidade do Covid-19 é bem menor que isso, em torno de 4%.

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Na primeira edição de "The eyes of darkness", lançada em 1981, Dean Koontz chamou o vírus de Gorki-400, pois ele teria sido criado na cidade de Gorki, na Rússia. Com o fim da guerra fria, em 1988, os editores preferiram mudar o nome da cidade e aproveitar o boato de que a China teria armas biológicas para mudar o nome para Wuhan-400 e mudar o local de criação.

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No mesmo vídeo, uma outra página do livro diz que o vírus infectaria o pulmão das pessoas e surgiria em meados de 2020. Segundo o site Boatos.org, a página é do livro "End of Days: Predictions and Prophecies About the End of Word" ("Fim dos dias: previsões e profecias sobre o fim do mundo", em tradução livre), de outra autora, Sylvia Browne. 

Um vídeo que está sendo repercutido nas redes sociais diz que um livro de 1981 previu a pandemia do coronavírus. Será? Confira se é verdade ou mentira em instantes no https://t.co/Xqg6YeBGcI pic.twitter.com/Te8pYQCBU6

— Aratu On (@aratuonline) March 17, 2020

Resultado: o autor não previu o coronavírus. Dean Koontz é autor de ficção científica e tem livros sobre vários temas irreais, como extraterrestres, e criou uma obra de ficção, sem objetivo de ter relação com a realidade ou de prever algo. 

O autor, que tem 74 anos, não se manifestou sobre o tema em nenhuma rede social. 

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