Laudos do Bahia devem sinalizar que Ramírez não ofendeu racialmente Bruno Henrique; caso Gérson segue aberto
Laudos do Bahia devem sinalizar que Ramírez não ofendeu racialmente Bruno Henrique; caso Gérson segue aberto
Após nova denúncia do Flamengo contra o meia Índio Ramirez, do Bahia, desta vez em relação a supostas ofensas racistas proferidas a Bruno Henrique, o clube baiano informou, em contato com o Aratu On, que deve divulgar os laudos da perícia - da segunda acusação - até esta quinta-feira (24/12). A equipe rubro-negra disse que o colombiano referiu-se ao atacante usando a expressão "seu negro".
Nesta quarta-feira (23/12), em entrevista ao portal Globo Esporte (GE), o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, falou que o clube procurou Ramírez após ter tomado conhecimento do material "Ele viu o vídeo e foi taxativo na hora em que viu o vídeo. Ele diz: "tá quanto? tá quanto?". Isso foi o que o Ramírez disse quando viu o seu próprio vídeo. Mandamos para um pessoa nos auxiliar aqui em Salvador. Ele nos confirmou que a expressão era "tá quanto?", "tá quanto?".
Um dos especialistas procurados pelo tricolor baiano, Eduardo Llanos, também explicou ao GE a sequência de atos flagrados mas imagens, na interpretação da perícia contratada pelo Bahia:
"Incialmente, nós conseguimos ver que ele (Bruno Henrique) fala para Ramírez: "arrombado" e depois "gringo de m...". A palavra "arrombado" também é utilizada em cima do outro jogador (Daniel) do mesmo time do Ramírez. Posteriormente, na sequência, quando vem aquela conduta de ambos os jogadores. Ramírez pergunta: "qué pasó?". Que é o mesmo que perguntar qual é o problema, o que você está querendo. "Qué pasó" é chamar para a briga", diz.
"Com a mão, ele faz o gesto que significa que você é um fanfarrão, um falador, você fala o que não sabe, o que não conhece. Para irritar o jogador. E posteriormente, ele fala "tá quanto?", "tá quanto?", separado. A palavra correta seria 'está quanto'", completa o especialista.
Llanos atribui às diferenças linguísticas a dificuldade de interpretação do colombiano. "'Tá quanto?' significa provocar o jogador do outro time: abre os seus olhos, o placar está favorável para nós, e não para vocês. Por isso ele falou 'tá quanto?'; Ou seja, veja quem está ganhando, você está perdendo. E com isso irritar e deixar ele prejudicado para continuar jogando concentrado, que é que mais necessita um jogador de futebol.
No momento da discussão, aos 20 minutos do segundo tempo, o Bahia vencia o Flamengo por 3 a 2. A situação ocorreu depois do momento em que Gerson afirma ter ouvido "cala a boca, negro", por Ramírez, o que aconteceu aos 6 minutos do segundo tempo, quando o placar era de 2 a 1 para o Flamengo.
"É importante lembrar que esse suposto fato de injúria racial de Ramírez em Bruno Henrique seria após toda a confusão e toda a acusação que ele já sofreu do primeiro caso com Gerson. Imaginemos aqui que depois de toda aquela confusão, de ele ter sido acusado de injúria racial, o jogo retoma e ele faz novamente. Se a gente confirmasse isso, naturalmente, seria algo muito assustador. Entendo como improvável que tenha acontecido não só pelos laudos, mas pela circunstância do jogo e do ser humano em uma situação de pressão como aquela", concluiu Bellintani.
A movimentação do clube baiano se deu após o o vice geral do Flamengo, Rodrigo Dunshee de Abranches, ter anunciado na última terça-feira (22), que o laudo encomendado pelo time carioca comprovava ofensa de Ramírez a Bruno Henrique. O colombiano teria se referido ao atacante, de acordo com Abranches, usando a expressão "seu negro", porém, o jogador rubro-negro afirmou não ter ouvido nada nesse sentido. O Bahia, por sua vez, emitiu um comunicado afirmando que contrataria uma perícia própria para examinar o caso.
O colombiano Índio Ramirez está afastado desde a partida contra a equipe carioca e aguarda o encerramento da investigação interna que está sendo feita pelo Bahia.
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