Escritores se reinventam com cancelamento de feiras literárias; pandemia inviabilizou Flica e Fligê
Escritores se reinventam com cancelamento de feiras literárias; pandemia inviabilizou Flica e Fligê
Depois da Feira Literária de Mucugê (Fligê), agora é a vez da Festa Literária de Cachoeira (Flica) anunciar o cancelamento da edição 2020 do evento. Por conta da pandemia do novo coronavírus, as principais feiras literárias que acontecem anualmente no país estão tendo que ser repensadas. “Cumprindo nossa responsabilidade diante do atual cenário de pandemia, infelizmente não realizaremos a Flica 2020”, informou a organização da Flica.
“Seria uma quarentena. Seriam 40 dias que se prolongaram para 120. O que fazer diante disso tudo? Reinventar-se foi a palavra do momento. Foi preciso buscar alternativas para enfrentar o isolamento. As redes sociais foram a tábua de salvação”, avalia a escritora Rita Queiroz, que participaria dos dois eventos literários recentemente cancelados na modalidade presencial.
Em decorrência da crise sanitária que acomete o mundo e já tirou a vida de mais de 100 mil brasileiros, a Fligê não será mais realizada presencialmente, como acontece desde 2016, na cidade de Mucugê, na região da Chapada Diamantina. A Flica, que movimenta o Recôncavo, segue o mesmo caminho mas promete novidades em 2021 para o público cativo de escritores e leitores que prestigiam estes importantes eventos culturais.
A Fligê, desde maio, vem realizando lives com autoras e autores que estiveram presentes nas edições anteriores. “A suspensão definitiva do modelo presencial nos entristeceu, pois as datas haviam sido divulgadas em 2019, mas é compreensível, pois um evento deste porte não tem como acontecer sem aglomeração e o calor típico do baiano”, avalia.
LIVES
Artistas renomados passaram a fazer shows através das famosas “lives”; e os escritores seguiram a tendência. “Não deixei de produzir. Mesmo com a pandemia, fiz lançamentos virtuais de dois livros que eu mesma produzi. Além disso, participei e continuo participando de saraus virtuais, coletâneas cuja temática envolveu a pandemia, tais como: Poetas pela paz, Vamos triunfar, Ossos no Ofício, Poesia & Prosa em casa e outros”, lista Queiroz.
O período de isolamento tem sido produtivo para muitos escritores, apesar do momento desafiador. “Na pandemia eu passei a produzir ainda mais do que antes mas passei a utilizar de novas ferramentas de divulgação, como as lives no instagram que realizo todos os domingos, às 15 horas, com autores de literatura infantil. A cada domingo, tenho um autor convidado”, conta a escritora Palmira Heine, que acaba de produzir um livro solo chamado Donatela, a Girafinha Banguela. No próximo dia 29, duas novas obras, em formato físico e digital, terão lançamento on line pela editora Inverso: Rã Zinza e A nova história da Dona Baratinha.
INQUIETAÇÃO
A inquietação do fotógrafo, artista audiovisual, professor e escritor baiano Gilucci Augusto com a pandemia foi traduzida em palavras e transformada em duas obras literárias que chegam ao mercado editorial esta semana. A aposta é também no formato de e-book.
Em produção independente, através da Amazon, Quintal: Diário para vaga-lumes em dias de chuva e Abákunhãúna Moendy – Ritos e Raízes tem lançamento marcado para o dia 17 de agosto. A primeira é uma coletânea de poesias; o segundo livro é o romance de estreia do escritor, que lançou ano passado Nuances – Entre Luzes e Sombras.
“O crescimento das vendas de livros digitais nesse momento de pandemia tende a crescer. Publicar e-books exige menor investimento, não é necessário editora, o processo é mais simples e independente e com alcance global. É bom para o leitor que tem acesso a obras pagando menos e bom para os escritores independentes também”.
O livro Quintal: Diário para Vaga-lume em dias de Chuva pode ser adquirido no site da Amazon por apenas R$ 5,99. Já o romance Abákunhãúna Moendy – Ritos e Raízes está sendo vendido por R$ 9,99.
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