Com quase 500 relatos de violência, MP-BA registra seis denúncias de feminicídio por mês em 2020

14/12/2020 22h03Atualizado em: 14/12/2020 22h35

Vivian Alecy/Aratu On

Entre o mês de janeiro e o último dia 23 de novembro, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou pelo menos 69 pessoas pelo crime de feminicídio, em 32 municípios. Os dados mostram uma média de seis registros por mês. Como a denúncia é feita apenas após a investigação da polícia civil e os trâmites legais, os números reais de mulheres mortas por quem prometeu amá-las pode ser ainda pior.

Até novembro, tiveram entrada no Grupo de Atuação Especial de Defesa das Mulheres (Gedem) 469 relatos de violência doméstica registrados por meio do Disque 180. O Grupo abriu 187 processos extrajudiciais, sendo que 42 estão em andamento na sua Unidade de Serviço Social e Psicológico, que presta assistência às vítimas.

A maioria das denúncias aconteceu em Salvador, em um total de 17. O ranking segue com Paulo Afonso (4), Jequié (4), Itabuna (3), Simões Filho (3), Vitória da Conquista (3), Juazeiro (3), Lauro de Freiras (2), Camaçari (2), Feira de Santana (2), Teixeira de Freitas (2), Serrinha (2), Adustina (2) e Alagoinhas (2). Completam Bom Jesus da Lapa, Jeremoabo, Santo Antônio de Jesus, Santo Estêvão, Guanambi, Ibicaraí, Ilhéus, Cícero Dantas, Cipó, Dias D’Ávila, Luís Eduardo Magalhães, Miguel Calmon, Mundo Novo, Mutuípe, Nazaré, Nova Viçosa e Paripiranga, com uma denúncia cada.

Segundo o 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, houve, no país, um aumento de 2% em casos de feminicídios no primeiro semestre de 2020, quando foi mais intenso o isolamento social, comparado ao mesmo período do ano passado. Além dos assassinatos, o MP buscou a responsabilização criminal dos autores de agressões e abuso sexual.

Um caso emblemático foi o do líder espiritual Jair Tércio, denunciado por estupro de vulnerável, charlatanismo e lesão corporal por ofensa à saúde, apontado como agressor por, pelo menos, 14 mulheres.

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