Com auxílios-moradia de deputados da Alba, Bahia dobraria o número de EPIs para profissionais da saúde
Com auxílios-moradia de deputados da Alba, Bahia dobraria o número de EPIs para profissionais da saúde
A maioria dos deputados estaduais que compõe as 63 cadeiras da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), tem residência fixa em Salvador. De acordo com os dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), 48 deles moram na capital baiana. Mesmo assim, estes parlamentares recebem, dentre outros benefícios, um auxílio-moradia de R$ 4.377 todos os meses.
Apenas cinco representantes abriram mão do benefício - Hilton Coelho, Maria Del Carmen, Neusa Cadore, Olívia Santana e Robinson Almeida. Ou seja, 58 deputados seguem contabilizando esse dinheiro extra, religiosamente, a cada 30 dias.
Com salários de R$ 25.322, e diárias que ultrapassam R$ 7 mil - verba disponibilizada quando eles realizam visitas aos municípios do interior -, os representantes da Alba teriam condições de manter a atividade legislativa e, ao mesmo tempo, contribuir efetivamente com as ações do Governo do Estado contra a propagação do novo coronavírus no território baiano, doando a assistência residencial que recebem todos os meses. Com esta verba, o estado teria um apoio de R$ 551.502 nos últimos dois meses, quando ainda não havia mortes de profissionais de saúde por Covid-19 no estado, mas as autoridades baianas já eram alertadas da necessidade de aquisição de novos EPIs.
“É preciso cuidar de quem está na linha de frente na crise do Covid-19”, diz um trecho da nota enviada pelo Sindicato dos Médicos, na semana passada, ao governador Rui Costa (PT). Na hipótese dos auxílios-moradia serem destinados à compra de novos equipamentos de proteção para os profissionais que têm trabalhado diretamente no combate ao vírus, a Casa Legislativa poderia contribuir com 33.400 novos EPIs.
Nas últimas semanas, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) tem divulgado os mais de 200 profissionais de saúde contaminados pela doença, em toda Bahia, entre eles médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e outros servidores. A principal queixa da entidade é a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) nos hospitais, como máscaras, luvas e afins.
O secretário de Saúde, Fábio Vilas Boas, autorizou a compra de mais de 18 mil luvas descartáveis, além de cinco mil máscaras cirúrgicas, luvas cirúrgicas e máscaras descartáveis – totalizando 15 mil unidades – para pacientes internados em hospitais de referência. No total, o investimento superou os R$ 400 mil.
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