Coluna da Bia | Liberdade? Destino final? Descubra o que não é felicidade
Coluna da Bia | Liberdade? Destino final? Descubra o que não é felicidade
Olá, seja bem vinda(o) de volta! Se você chegou até aqui, acredito que tenha se identificado com o texto da semana passada ou com o título da matéria de hoje. De qualquer forma, espero que as próximas linhas possam te trazer alguma reflexão.
Hoje vamos conversar um pouco sobre o que não é felicidade. Para isso, enumerei alguns pontos. Vamos lá?
1. Felicidade não é se sentir radiante o tempo todo
Esse primeiro tópico foi pauta do nosso tema do texto da semana passada. Contudo, se você não leu, aqui vão algumas considerações importantes sobre isso.
Jennifer Moss, membro do Conselho Global de Felicidade das Nações Unidas traz que "um dos equívocos da felicidade é achar que ser feliz é ser animado, alegre e contente o tempo todo; ter sempre um sorriso no rosto. Porém, ser feliz e levar uma vida enriquecedora têm a ver com aceitar que coisas ruins venham junto com as coisas boas e aprender a ressignificar as ruins”.
Leia mais: Alguns dias são mais desafiadores que outros e está tudo bem
Ou seja, alguns dias você não vai acordar tão animada(o) e radiante, e está tudo bem. Vale lembrar que estar aberto a experienciar emoções e ter a habilidade de tolerar períodos de desconforto nos impulsiona a prosseguir em direção a uma existência mais completa e significativa, gerando maior felicidade a longo prazo.
2. Felicidade não é ser livre de problemas
Antes de falar sobre o segundo tópico, quero te fazer uma sugestão que tenho comigo e percebo um resultado significativo no meu dia a dia: que tal trocar a palavra “problema” por “desafio”? Fiz questão de trazer no título “problemas”, pois acredito que te chamaria mais atenção para o conteúdo que temos nas próximas linhas. Contudo, minha sugestão vem pois, normalmente, os desafios já são criados com uma solução e, se ainda não conseguimos resolver, é porque não encontramos a solução – mas ela existe. O que acha, então, de trocar “problema” por “desafio?”. Vamos juntos?
Passada minha sugestão, vamos fazer mais algumas reflexões...
Costumo dizer que a vida acontece e que, com isso, a instabilidade faz parte, mesmo que nosso cérebro não se identifique tanto com essa afirmação. Um dia estar bem e no outro nem tanto é natural. Assim, dia após dia, percebo a importância de normalizar essas emoções e acontecimentos que nos levam a um terreno, por vezes, instável.
Sempre quando falo sobre isso, lembro da resiliência, considerada habilidade para a felicidade pela neurociência.
Não vou discorrer sobre todos os pontos que envolvem essa Happiness Skill, como costumamos chamar, mas faço questão de trazer uma frase de Elizabeth Kubler-Ross, psiquiatra suíça, que diz: “as pessoas mais belas que conheci foram aquelas que conheceram o sofrimento e encontraram seu próprio caminho para fora dele. Essas pessoas têm uma apreciação e uma compreensão da vida que as preenche de compaixão, gentileza e uma profunda inquietude amorosa”. Profunda né? Como disse, gosto bastante dessa reflexão que a Elizabeth trás.
E, para finalizarmos esse ponto, trago aqui que a felicidade tem muito mais a ver com “sou feliz apesar de”, do que “sou feliz porque minha vida não tem problemas”. Não, não me entenda mal: em nenhum momento disse que para você ser belo, você precisa ter um vivido um profundo sofrimento. Contudo, aceitar que existem desafios e que os mesmos fazem parte da vida é saudável e materializa a felicidade como tal.
3. Felicidade não é destino final
Interessante pensar que se eu considero que serei feliz apenas quando determinada situação acontecer, ou seja, se eu entendo que felicidade é destino final e não a jornada, tenho dois grandes pontos: primeiro, "estou vivendo meu dia a dia pensando no que irei conseguir, ou seja, no futuro"; segundo, "considero que hoje não sou feliz".
Em contraponto a isso, temos a famosa frase de Santo Agostinho que, particularmente, me encanta muito. Agostinho traz que “felicidade é seguir desejando o que já se possui”. Sim, é esse gosto de chegar em uma quinta feira comum, aonde nada extraordinário aconteceu, e sentir que a vida, por si só, vale a pena e que não é necessariamente preciso o “chegar lá” para ser feliz, pois posso ser feliz no decorrer da jornada.
Já tinha parado pra pensar nisso? Independentemente de qual for sua resposta, te convido a continuar comigo.
Vivemos constantemente no passado e no futuro. No dia a dia tão intenso, nossa mente vaga entre o que deixamos de fazer e no que precisamos entregar. Por exemplo, enquanto estou lavando louça, estou pensando que preciso terminar em alguns minutos pois tenho que sair, para estar no escritório no horário correto e conseguir fazer as 20 tarefas que têm prazo hoje.
Quando estamos em excesso no passado, podemos ser inundados pela culpa, frustração, decepção, mágoa, raiva... E, na mesma linha, estando em excesso no futuro, por vezes nos conectamos com a ansiedade.
Nessa mesma linha, Tal Bem-Shahar, professor de Harvard, diz que “ser feliz é desfrutar o presente, ou seja, sentir emoções positivas no aqui e agora, mas também fazer algo com um objetivo futuro e que tenha sentido a longo prazo".
Assim, felicidade é muito mais sobre a jornada do que sobre o destino final.
Bom, chegamos ao fim do texto de hoje. E, como sempre digo: se essas linhas te trouxeram alguma reflexão, minha missão foi cumprida.
Um lindo final de semana pra vocês!
Com amor,
Bia
SOBRE BIA
Bia Ramos | divulgação
Bianca Ramos, ou apenas Bia Ramos, tem como propósito resgatar a essência do ser humano, para um mundo mais feliz. Realiza mentorias individuais e em grupo, workshops e palestras com foco em desenvolver a felicidade, tendo como base a Psicologia Positiva, a Neurociência, o método nacional de Felicidade Interna Bruta, do instituto Feliciência e a metodologia internacional CliftonStrengths do Instituto Gallup.
Agora, ela estará no Aratu On, todas as sextas-feiras, para falar e refletir sobre felicidade.
Saiba mais sobre o trabalho e o propósito dela no Instagram (@biaramos.f).
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