Saúde

"Bahia vai ignorar as novas diretrizes do governo federal", diz Rui Costa após decreto editado por Bolsonaro

"Bahia vai ignorar as novas diretrizes do governo federal", diz Rui Costa após decreto editado por Bolsonaro

Por Da Redação

 "Bahia vai ignorar as novas diretrizes do governo federal", diz Rui Costa após decreto editado por BolsonaroMateus Pereira/GOVBA

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse que o estado "vai ignorar as novas diretrizes do governo federal". Ele se refere ao decreto editado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), nesta segunda-feira (11/5), que inclui academias, salões de beleza e barbearias como serviços essenciais.


"As nossas medidas restritivas serão mantidas respeitando critérios científicos reconhecidos mundialmente", escreveu Rui em seu perfil no Twitter. "O objetivo é salvar vidas. Não iremos nos afastar disso", concluiu o governador.


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ENTENDA


No decreto editado por Bolsonaro, há a ressalva de que as determinações do Ministério da Saúde devem ser obedecidas. Na semana passada, o presidente já havia incluído construção civil e atividades industriais na lista, com a intenção de preservar essas categorias em decretos restritivos feitos por prefeitos e governadores.


"Saúde é vida. Academias, salões de beleza e barbearias foram incluídas em atividades essenciais", disse o presidente, ao retornar para o Palácio da Alvorada, nesta segunda-feira. Também hoje, Bolsonaro afirmou que o combate ao novo coronavírus precisa ocorrer de forma paralela à questão do emprego: "Vou repetir. Questão da vida do vírus tem que ser tratado paralelamente com o emprego".


Ele voltou a defender o "isolamento vertical", o que restringiria a circulação apenas de pessoas em grupos de risco - como idosos e portadores de outras doenças como cadiopatias e diabetes -, e negou que os decretos sobre atividades essenciais sejam uma tentativa de burlar as decisões de governadores e prefeitos sobre distanciamento social.


"Eu não burlo nada, saúde é vida", concluiu, acrescentando que "desemprego mata". 


O ministro da Saúde, Nelson Teich, por sua vez, afirmou não ter conhecimento da medida e que a mesma não passou pela pasta, quando questionado sobre a decisão do presidente.


"Se você criar um fluxo que impeça que as pessoas se contaminem, se criar condições e pré-requisitos para que você não exponha pessoas a risco de contaminação, você pode trabalhar retorno de alguma coisa. Agora, tratar isso como essencial, é um passo inicial, que foi decisão do presidente, que ele decidiu. Saiu hoje isso? Falou agora?", disse Teich, em entrevista coletiva. "Isso aí não é... Não passou; não é atribuição nossa. Isso é uma decisão do presidente", completou.


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