Policiais estupraram meninas durante intervenção no Rio, diz Defensoria Pública

Policiais estupraram meninas durante intervenção no Rio, diz Defensoria Pública

Por Da Redação.

Policiais estupraram meninas durante intervenção no Rio, diz Defensoria PúblicaBrasil.elpais

Moradores de favelas do Rio de Janeiro apontam uma série de violações praticadas por militares desde o início da intervenção federal na segurança pública do Estado, assinada pelo presidente Michel Temer (MDB) em 16 de fevereiro de 2018. No relatório parcial Circuito de Favelas por Direitos, elaborado pela Ouvidoria Externa da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, os relatos registram roubos, invasões de casa, agressões físicas e até estupros.

Para a elaboração do documento, pesquisadores visitaram 15 comunidades da capital fluminense, com um total de 30 tipos diferentes de violações. As violências são divididas em cinco pontos: violação em domicílio, abordagem, letalidade provocada pelo Estado, operação policial e impactos. O trabalho registrou casos nos primeiros cinco meses de intervenção e tem a meta de continuar até totalizar 30 favelas visitadas.

LEIA MAIS: Bolsonaro nega proposta de criação de alíquota de 22% à Previdência

Em uma dessas invasões, teriam ocorrido os estupros, conforme conta um morador: ?Eles entraram numa casa que era ocupada pelo tráfico. Lá tinha dois garotos e três meninas. As meninas eram namoradas de traficantes. Era pra ser todo mundo preso, mas o que aconteceu é que os policiais ficaram horas na casa, estupraram as três meninas e espancaram os garotos. Isso não pode estar certo?. O relatório não indica data ou local em que os crimes teriam ocorrido.

Esse não é o único caso de abuso sexual. Uma adolescente descreveu ter sido revistada com duas amigas por PMs homens, o que contraria a lei ? o artigo 249 do Código de Processo Penal afirma que a busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da diligência. ?Ele vem revistar a gente, já gritando, chamando a gente de piranha, mulher de bandido, drogada. Vem empurrando e mexendo na gente. Eu sei que só mulher que pode revistar mulher, mas se nós não deixar [sic] leva tapa na cara?, relembra a jovem.

Em outro caso, um casal passou por uma abordagem e o militar revistou a garota ?de forma abusiva?. Segundo ela, o policial a respondeu quando questionado sobre a ação. ?Se você fizer alguma coisa você vai presa por desacato, mas pra mim não pega nada porque eu sou autoridade?, relatou sobre a revista, feita em frente ao seu namorado.

LEIA MAIS: Moradores de Uauá e Canudos ouvem ?barulho misterioso? e rastro no céu

O estudioso exemplificou como a rotina das pessoas está comprometida pela violência estatal e vira algo natural. ?Conversamos com meninas de 8, 10 anos e elas narram as situações de tortura, de feridos, das mortes, onde se escondem em tiroteios com uma naturalidade. Vamos nas casas das pessoas, vemos onde ela está, as condições, é uma intrusão que fazemos. Hoje visitamos um casal jovem com dois filhos, o mais velho com 4 anos e a menina de 2 anos, e perguntei sobre tiroteio: ?ah, a gente vai para o banheiro onde tem mais parede, menos risco de ser atingido?. Pedi para ver o banheiro: um ambiente minúsculo, eles ficam espremidos e, quando tem tiroteio de madrugada, os pais chegam no banheiro e o filho de 4 anos já está?, explica Strozenberg.

Siga a gente no InstaFacebookBluesky e X. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).

Comentários

Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Nós utilizamos cookies para aprimorar e personalizar a sua experiência em nosso site. Ao continuar navegando, você concorda em contribuir para os dados estatísticos de melhoria. Conheça nossa Política de Privacidade e consulte nossa Política de Cookies.