Bolsonaro diz que pode contar como pai de presidente da OAB desapareceu durante ditadura

Em entrevista a imprensa nesta segunda-feira (29/7), o presidente Jair Bolsonaro (PSL), disse que poderia contar "a verdade" ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, sobre como o pai dele desapareceu durante a ditadura militar (1964-1985). "Ele não vai querer ouvir", disparou.

A declaração foi feita quando o presidente reclamou sobre a atuação da OAB na investigação sobre Adélio Bispo, o autor da facada contra ele no ano passado. "Por que a OAB impediu que a Polícia Federal entrasse no telefone de um dos caríssimos advogados? Qual a intenção da OAB? Quem é essa OAB? Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Conto pra ele."

"Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar nas conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco e veio desaparecer no Rio de Janeiro", disse Bolsonaro. Segundo a Folha de São Paulo, o pai de Felipe, Fernando Augusto Santa Cruz de Oliveira, desapareceu em fevereiro de 1974, após ter sido preso com o amigo, Eduardo Collier, por agentes do DOI-Codi, órgão de repressão da ditadura militar.

Fernando era estudante de direito, funcionário do Departamento de Águas e Energia Elétrica em São Paulo e integrante da Ação Popular. No relatório da Comissão Nacional da Verdade, responsável por investigar casos de mortos e desaparecidos na ditadura, não há registro de que Fernando tenha participado da luta armada. O documento relata também que na época do desaparecimento, Fernando "tinha emprego e endereço fixos, portanto, não estava clandestino ou foragido". 

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