Aniversário de 80 anos de Gal Costa é marcado por homenagens e reedições de clássicos

A cantora baiana Gal Costa, uma das vozes mais marcantes da música brasileira, completaria 80 anos nesta sexta-feira (26). A data é celebrada com uma série de lançamentos que incluem discos fora de catálogo, registros inéditos de sua última apresentação e shows em Salvador.

Entre as novidades, está o álbum “As Várias Pontas de Uma Estrela (ao vivo no Coala)”, previsto para 17 de outubro. O trabalho foi gravado em setembro de 2022, no Festival Coala, em São Paulo, e reúne clássicos de Milton Nascimento, Chico Buarque, Dorival Caymmi, Caetano Veloso e Tom Jobim, além de lados B da carreira da artista. No mesmo dia, será lançado o audiovisual completo do espetáculo.

Na véspera do aniversário, chegou às plataformas um single triplo com “Como 2 e 2” (Caetano Veloso), em dueto com Rubel; “Vapor barato” (Jards Macalé/Waly Salomão), com Tim Bernardes; e “Brasil” (George Israel/Nilo Romero/Cazuza), registrada pela primeira vez ao vivo pela cantora. A versão original de estúdio de “Brasil” ficou marcada como tema de abertura da novela Vale Tudo (1988).

Responsável pela edição do material, André Wainer ressaltou a importância do registro: “Com recursos de inteligência artificial, trabalhamos a imagem, eliminamos as marcas da compressão e recuperamos a densidade necessária para uma boa correção de cor e finalização”, disse em entrevista a O Globo.

A Sony relança três discos da fase de maior sucesso da cantora: “Bem bom” (1985), “Lua de mel como o diabo gosta” (1987) e “Gal” (1992). Também inicia a pré-venda da edição de luxo em vinil duplo de “Estratosférica” (2015), que traz três faixas inéditas na primeira versão: “Vou Buscar Você pra Mim” (Guilherme Arantes), “Muita Sorte” (Lincoln Olivetti e Rogê) e “Átimo de Som” (Zé Miguel Wisnik e Arnaldo Antunes).

Ainda pela gravadora, chegam às plataformas, em 17 de outubro, uma versão remixada de “Brasil”, o compacto de estreia de 1965, a música “70 neles”, feita para a Copa de 1986, e uma rara gravação de “Jovens Tardes de Domingo” (Roberto e Erasmo Carlos), registrada em 1997 para a novela Zazá.

A Universal Music lança a coletânea digital “Gal 80”, com 15 sucessos, e reedita em vinil álbuns clássicos como “Legal” (1970), “Fa-Tal - Gal a todo vapor” (1971), “Gal Tropical” (1979) e “Fantasia” (1981).

Nascida Maria da Graça Costa Penna Burgos em Salvador, em 26 de setembro de 1945, Gal construiu uma carreira fundamental na música brasileira, marcada por sucessos como “Baby”, “Meu Bem, Meu Mal”, “Chuva de Prata” e “Pérola Negra”. A artista morreu em novembro de 2022, aos 77 anos, após uma cirurgia para retirada de um nódulo na fossa nasal direita.

Homenagens em Salvador

Em sua terra natal, as celebrações também ganharam destaque. A Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) realiza, nesta sexta-feira (26), na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, um concerto especial em homenagem à cantora. Os ingressos se esgotaram em menos de 20 minutos, mas o público poderá acompanhar a apresentação pelo canal da Osba no YouTube.

A regência é do maestro Carlos Prazeres, com direção artística de Manno Goés, e participação de 11 vozes convidadas, como Lazzo Matumbi, Simoninha, Márcia Short, Luíza Britto, Clariana, Emanuelle Araújo e Claudia Cunha. A atriz Sophie Charlotte, que interpretou Gal no filme “Meu Nome é Gal” (2023), também participa.

No mesmo dia, às 19h, o Teatro Gamboa recebe o espetáculo “Gal pra Dançar”, de Andrezza, que assina a direção musical e se apresenta ao lado de Antenor Cardoso (bateria) e Renato Nunes (baixo). O show propõe releituras dançantes da obra de Gal, mesclando clássicos com ritmos como axé, arrocha, pagodão e funk.

A apresentação será retomada no domingo (28), no Projeto Viver Salvador, na Rua do Chile, em sessão gratuita às 19h30. “Gal sempre foi uma referência de liberdade, ousadia e força na música brasileira. Poder cantar e recriar sua obra nessa data tão simbólica é um gesto de amor e gratidão”, afirmou Andrezza.