Angela Ro Ro recebia apenas R$ 800 por mês ao final da vida, diz advogado

A cantora e compositora Angela Ro Ro, que faleceu na segunda-feira (8), aos 75 anos, deixou um legado na música popular brasileira, mas também evidenciando a fragilidade financeira que enfrentou em seus últimos meses de vida. Segundo o advogado da artista, Carlos Eduardo Lyrio, ela vivia com cerca de R$ 800 mensais, provenientes de direitos autorais de plataformas de streaming como o Spotify.

A situação financeira de Ro Ro era tão delicada que, para custear seu tratamento hospitalar, a cantora precisou recorrer a doações de fãs e amigos. Ela estava internada desde junho no Hospital Silvestre, no Rio de Janeiro, onde passou por uma traqueostomia em razão de uma infecção pulmonar. O advogado da artista afirmou que ela não possuía aposentadoria nem reservas financeiras guardadas.

Saúde e últimos registros de Angela Ro Ro

Além da infecção pulmonar, a cantora também enfrentou problemas renais. Em uma publicação nas redes sociais, em junho, ela detalhou parte de sua rotina médica: "Estou sendo bem atendida por médicos da minha total confiança e estou aguardando, em breve, fazer mais mamografia e grafia de útero, ovário e endométrio, para descartar que tenha algo grave e fatal!"

O último vídeo de Ro Ro no Instagram foi postado em 4 de junho. Nele, apesar da aparência frágil,  mostrava-se otimista: "Estou um pouquinho com a cara amassada, mas é decorrente da anemia e dos probleminhas que a gente está superando. Vamos superar tudinho. Com a ajuda e o carinho de vocês, tenho certeza que vou superar tudo."

Legado musical de Angela Ro Ro 

O Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) informa que Angela Ro Ro é registrada como compositora de 145 músicas, com voz está presente em 271 canções gravadas. O talento da artista será tema do documentário "Angela Ro Ro", dirigido por Liliane Mutti, que usa registros e depoimentos inéditos. O filme foi exibido recentemente no Festival Curta! Documentários, mas ainda não tem previsão de estreia.