Petroleiros da Bahia suspendem greve após Petrobras propor retomada de negociações
A decisão foi tomada depois que a Petrobras enviou um documento ao Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA), filiado à Federação Única dos Petroleiros (FUP), solicitando a retomada à mesa de negociação.
Após 30 dias de greve, os petroleiros da Bahia, Paraná e Espírito Santo, suspenderam o movimento, na noite do último sábado (3/4), de forma temporária. A decisão foi tomada depois que a Petrobras enviou um documento ao Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA), filiado à Federação Única dos Petroleiros (FUP), solicitando a retomada à mesa de negociação.
Também no sábado aconteceu a primeira reunião para discutir diversos assuntos, como o tratamento que será dado pela empresa a respeito dos dias e horas parados, a questão da parada de manutenção da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), que vem sofrendo com um surto de Covid-19, e da continuidade de discussão da pauta corporativa de interesse dos trabalhadores próprios e terceirizados.
A Petrobras chegou a recorrer ao Judiciário com duas liminares, pedindo o fim do movimento. Uma dela impôs multa de R$ 100 mil por dia, caso a greve não fosse suspensa e uso da força policial para reprimir e inibir o movimento. Em nota, o Sindipetro-BA e a FUP ressaltaram que a retomada das negociações sempre foi o desejo da categoria. Os sindicatos alegam que a gestão da Petrobras não sinalizou qualquer possibilidade de diálogo, antes de recorrer à Justiça. Em comunicado, o Sindipetro ressalta que “apesar da legitimidade da greve, que não foi julgada abusiva e nem ilegal, a estatal usou o judiciário para atacar o direito de greve da categoria".
O movimento, segundo o Sindipetro e a FUP, foi motivado por necessidade de discutir formas de compensação dos dias parados e o fim do assédio moral e da política antissindical. Durante o movimento grevista, trabalhadores próprios e terceirizados relataram pressão e assédio de gerentes da RLAM.
Ainda conforme os dois grupos, a trégua no movimento é uma tentativa de avançar na pauta corporativa em mesa de negociação, garantindo os direitos dos trabalhadores próprios e terceirizados, sem perder de vista o julgamento do Tribunal de Contas da União (TCU), que pode suspender a venda da RLAM.
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