Lula afirma que Trump humilhou Zelensky e chama caso de ‘cena grotesca’
Para Lula, Trump pretendia humilhar o líder ucraniano
Por Edimário Duplat.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou, neste sábado (1), que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, “sofreu uma humilhação” por parte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na sexta-feira (28), a reunião entre Trump e Zelensky, onde o tema era buscar uma solução para a guerra com a Rússia, terminou em discussões acaloradas diante da imprensa internacional.

Lula conversa com líder alemão sobre situação da Ucrânia. Foto: Ricardo Stuckert /PR
“Eu não sou diplomata, mas eu acho que a diplomacia, desde que o planeta Terra foi criado, desde que a diplomacia foi criada, não se via uma cena tão grotesca, tão desrespeitosa como aquela que aconteceu no Salão Oval da Casa Branca. Eu, sinceramente, acho que há uma parcela da sociedade que vive do desrespeito aos outros, e não é possível a gente falar em democracia se não há respeito ao outro ser humano”, afirmou.
Lula comentou, durante uma conversa com jornalistas em Montevidéu, no Uruguai, onde participou da posse do novo presidente Yamandú Orsi, que considera que Zelensky foi humilhado e que, para Trump, esse tratamento era merecido. Na reunião, Trump criticou o ex-aliado dos EUA, alegando que Zelensky estava sendo "desrespeitoso" com os norte-americanos.
A declaração contundente de Trump ocorreu após o presidente ucraniano insinuar que os EUA poderiam se arrepender de um futuro acordo com a Rússia para encerrar a guerra. Após o embate entre Trump e Zelensky, líderes europeus manifestaram apoio ao ucraniano, evidenciando uma significativa divisão entre os tradicionais aliados dos Estados Unidos e da Europa em relação ao conflito desde o retorno de Trump ao cargo.
“Acho que a União Europeia foi prejudicada com o discurso do Zelensky, e eu disse ao presidente da Alemanha que é bem possível que a Europa fique responsável pela reconstrução da Ucrânia, pela manutenção da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte, aliança militar entre países da América do Norte e da Europa] e é bem possível que a Europa seja responsabilizada pelo desastre que está acontecendo”, avaliou o presidente brasileiro.
Lula destacou que, desde o início da guerra há três anos, o Brasil tem enfatizado a importância de uma solução negociada entre os países envolvidos no conflito. No ano passado, o Brasil, junto com a China e mais 11 nações, anunciou a formação do Grupo Amigos da Paz, visando estabelecer entendimentos mútuos para apoiar os esforços globais em direção à paz.
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