Em contra-ataque contra perda do PP, Rui Costa faz sondagens por PDT e MDB

As engrenagens da política baiana seguem se movimentando tendo em vista as eleições em outubro. Após três membros do PP, incluindo o vice-governador, João Leão, entregarem seus cargos no governo, e o partido ter anunciado o rompimento com o grupo político do governo estadual, o governador Rui Costa (PT) partiu para o contra-ataque para aglutinar novos partidos à base aliada e à pré-candidatura de Jerônimo Rodrigues ao Palácio de Ondina.

Segundo apurou o Aratu On, Rui tem conversas iniciadas com PDT e MDB, para ocupar o espaço deixado pela saída do PP. As interlocuções começaram há cerca de uma semana, antes mesmo do anúncio do rompimento da legenda comandada por João Leão. Aliados do governador indicam que, na visão dele, com a iminente ida do PP para a base de ACM Neto (UB), “vai ter muita gente para poucas vagas”, então é a oportunidade ideal para o “chumbo trocado”, com a migração de algumas siglas da oposição para a base do atual governo. Vagas na chapa majoritária teriam sido discutidas, mas sem detalhes mais aprofundados.

Desta forma, a ala petista daria uma resposta às ofensivas comandadas por Neto nos últimos meses. O ex-prefeito de Salvador conseguiu, além do encaminhamento com o PP, o apoio do deputado-federal Marcelo Nilo, aliado histórico petista na Bahia, e que já declarou publicamente que pretende se lançar ao Senado. No entanto, com a cartada ida de Leão para o grupo, nada está definido.

Agora, caso consiga angariar alianças com MDB e PDT, Rui garantirá novamente musculatura à base, uma vez que os partidos são dois dos maiores aliados de Neto. Em Salvador, reduto eleitoral do ex-chefe do Palácio Thomé de Souza, o PDT emplacou a vice-prefeita Ana Paula Matos na gestão Bruno Reis, além do presidente da Câmara de Vereadores, Geraldo Jr. Estas seriam questões a serem resolvidas.

Internamente, as discussões ainda são embrionárias, mas o secretário de Saúde de Salvador, Leo Prates, presidente do PDT na capital baiana, já seria um dos nomes inicialmente contrários à mudança de campo político. Vale lembrar que, em 2020, ele deixou o DEM rumo à legenda para garantir o apoio a ACM Neto, que costurou a aliança nacionalmente com o presidente pedetista, Carlos Lupi, e o presidenciável Ciro Gomes.

A articulação gerou o rompimento com Rui Costa, que retirou todos os cargos do PDT do governo. A última remanescente foi a ex-titular da Juceb, Andréa Mendonça, irmã do presidente estadual do partido, o deputado federal Félix Mendonça Jr. Internamente, ela surge como uma das alternativas para compor uma eventual vice na chapa com Jerônimo. Ela, atualmente, possui cargo na estrutura da Prefeitura de Salvador.

O MDB, por sua vez, vem despistando há alguns meses sobre quem irá apoiar neste ano. De acordo com o presidente de honra da legenda, Lúcio Vieira Lima, durante apurações internas com lideranças estaduais do partido, há “quase uma unanimidade por Lula”, o que poderia facilitar uma aliança para integrar a chapa do PT, encabeçada por Jerônimo Rodrigues. Esta contexto, contudo, foi mensurado num momento em que o senador Jaques Wagner era o pré-candidato petista. 

*Sob supervisão de Beatriz Bulhões

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