Cidade brasileira atingida por enchentes planeja construir Arca de Noé
A 'Arca de Noé' terá 120 metros de comprimento e inspiração na embarcação descrita na narrativa bíblica
Por Juana Castro.
A cidade de Roca Sales, localizada no interior do Rio Grande do Sul, pretende construir uma réplica da Arca de Noé com cerca de 120 metros de comprimento, inspirada na embarcação descrita na narrativa bíblica. A informação é do jornal Gazeta do Povo.
De acordo com a publicação, o projeto visa criar um novo ponto turístico de caráter religioso e abrigará também um “museu da enchente”, em memória à tragédia que atingiu cerca de 11,5 mil moradores entre setembro de 2023 e maio de 2024.
A iniciativa é coordenada pelo empresário Eduardo Alves Salgado e foi idealizada pela Associação de Amigos Reconstruindo Roca Sales. “Se não for o tamanho da arca da Bíblia, será algo muito próximo. A ideia é criar um museu sobre a enchente, uma cafeteria, uma rede de restaurantes e até uma vinícola. Não pode ser uma coisa pequena para podermos explorar como der”, afirmou Salgado em entrevista à Gazeta do Povo.
Projeto e simbolismo da 'Arca de Noé'
Além de fomentar o turismo e a economia locais, a proposta busca representar um símbolo de resiliência e resposta às enchentes que devastaram a região. “As enchentes alavancaram a criação da associação, e a partir daí surgiu a ideia da arca. É um projeto que fala de ressurgimento e esperança”, explicou o empresário.
Como será a nova Arca de Noé
Segundo detalhou Salgado à Gazeta do Povo, a embarcação será erguida no alto de um morro em Roca Sales, com vista para o Cristo Protetor, estátua de 43,5 metros localizada na cidade vizinha de Encantado.
- A arca terá aproximadamente 120 metros de comprimento, 22,5 metros de largura e 13,5 metros de altura — dimensões próximas às referências bíblicas;
- Será construída em concreto, com revestimento externo em porcelanato e interior em madeira;
- O monumento deverá ser concluído até 2030 e aberto ao público;
- O projeto será financiado pela iniciativa privada, sem uso de recursos públicos.
Histórico de chuvas em cidades gaúchas
O maior evento climático no Rio Grande do Sul aconteceu em maio de 2024, resultando em mais de 160 mortes no estado. À época, ao menos 654,19 mil gaúchos ficaram fora das residências, dos quais 581.633 desalojados (aqueles que tiveram de sair de seus lares e estão acolhidos em casas de familiares, amigos ou conhecidos). Além disso, outras 72.561 pessoas passaram a morar temporariamente em abrigos.
Mais da metade da população desabrigada era da região metropolitana de Porto Alegre (54,09%). A segunda maior região do estado com desabrigados era o Vale dos Sinos (26,98%).
Em agosto deste ano, o Rio Grande do Sul enfrentou uma nova temporada de chuvas e temporais que provocaram danos em 39 municípios. O número foi divulgado na em um boletim da Defesa Civil gaúcha. Entre os principais problemas causados estão alagamentos, destelhamentos e bloqueios de estradas.
Dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, 464 tiveram suas rotinas impactadas pelas fortes chuvas, o equivalente a 93,36% de todas as cidades sul-rio-grandenses.
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