Treze dias sem o músico "Renatinho", vítima do "tribunal do crime" em Abrantes: o que se sabe até agora?
Ele foi surpreendido por traficantes da facção Bonde do Maluco após um show, no dia 21 de novembro na região do "Mutirão".
Já são 13 dias de angústia e nenhum indicativo sobre a localização do corpo do músico percussionista Renato Santos Evangelista Sobrinho, de 23 anos. Ele foi surpreendido por traficantes da facção Bonde do Maluco após um show, no dia 21 de novembro na região do "Mutirão" de Arantes, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador.
Mas, até agora, o que se sabe sobre o crime? Abaixo, vamos esclarecer o que já aconteceu entre o sumiço e esta sexta-feira (3/12), às vésperas de o caso completar duas semanas. Vale lembrar que as apurações estão sendo realizadas pela 26ª Delegacia Territorial (DT/Abrantes) e, oficialmente, nenhum detalhe é dado pela Polícia Civil.
QUEM ESTÁ POR TRÁS?
Agentes do Serviço de Inteligência da unidade relatam que "Peão"; Ubiraci dos Santos, conhecido como "Bira"; e "Bical" são os três homens apontados como autores da morte do músico. O assassinato foi filmado a mando do líder do Bonde do Maluco na região. O criminoso que faz as imagens é o único que ainda não foi identificado pela polícia.
Ainda de acordo com policiais da 26ª Delegacia Territorial, o chefe da facção que comanda a região conhecida como "Mutirão" é "Bical", que atende ordens de Fábio Souza dos Santos, o "Geleia", preso em 2018 no Paraguai.
Na última quarta-feira (1/12), um homem suspeito de participar da quadrilha que atua no "Mutirão" foi preso por policiais da 59ª Companhia Independente. Levado para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), "Biel" negou participação no homicídio de Renato. Ele, inclusise, já era investigado por matar um guarda municipal no bairro de Brotas, em Salvador.
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QUAL O MOTIVO PARA A BRUTALIDADE?
O jovem morava em Portão - bairro controlado pela facção diferente da que atua no "Murirão" de Abrantes, justamente o Bonde do Maluco -. A suspeita é que, durante a apresentação, os traficantes souberam que o percussionista não residia na região. O trabalhador foi levado para uma área de mata e passou por um "tribunal do crime".
"Chegou lá no 'Mutirão', os traficantes pegaram ele, como se ele fosse traficante de Portão. Ele era inocente, trabalhava com todos. Isso não está certo. Eles pegaram o menino e enterraram o corpo", disse um dos amigos de Renato, durante o protesto no último dia 23. A manifestação, inclusive, foi realizada pelo menos três vezes na BA-099 (Estrada do Coco).
QUEM ERA RENATINHO?
Querido por todos, trabalhador e que não se envolvia com o crime. Essas são as palavras que amigos e familiares descrevem o jovem, que fazia música desde quando era menor.
"Eles pegaram meu filho. Ele está em algum lugar. Era um menino querido, só queria saber de tocar. Trabalhava também com o padrinho de marceneiro. Eu fui atrás dele. Liguei para meu filho. Nesse dia à noite [do show] ele estava tão feliz", disse Paula Santos, mãe do percussionista.
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