Interior

Mulher denuncia empresário por levar filha deles e sumir por quatro meses na Bahia; ele nega: “portas sempre abertas”

"Nós havíamos acordado que ele visitaria ela sempre que podia, pra não precisar ir pra Justiça, mas ele nunca aceitou a separação, nunca aceitou meu novo relacionamento e sempre dificultava sobre as visitas", disse a jovem.

Por Da Redação

Mulher denuncia empresário por levar filha deles e sumir por quatro meses na Bahia; ele nega: “portas sempre abertas” reprodução/Instagram

Há quatro meses sem ver a filha de três anos, a corretora de imóveis Carol Chavez, 22, fez um apelo nas redes sociais. Ela conta que o pai da garota, o empresário Luiz Felipe, de 31 anos, levou a criança - no dia 24 de setembro de 2021 - para passar o final de semana com ele, mas não devolveu mais a menina à mãe.


Carol mora em Barreiras, no oeste baiano, e Luiz reside em Feira de Santana, a 756 quilômetros de distância um do outro. "Nós havíamos acordado que ele visitaria ela sempre que pudesse, pra não precisar ir pra Justiça, mas ele nunca aceitou a separação, nunca aceitou meu novo relacionamento e sempre dificultava sobre as visitas", disse Carol ao Aratu On. "Quando eu realmente vi que ele não iria devolver ela, entrei com o pedido de guarda unilateral (que foi concedido a mim), e busca e apreensão da menor", contou a jovem, que possui uma medida protetiva contra o ex, na qual relata ameaças.


Ainda de acordo com a mãe, a guarda unilateral foi deferida por um juiz da segunda vara de Barreiras. Porém, nesse mesmo tempo, o pai da criança também entrou com pedido de guarda, sem êxito. "Por existirem dois processos da mesma natureza, a juíza plantonista de dezembro da comarca de Barreiras suspendeu a busca e, consequentemente, a minha guarda, temporariamente, para que fosse para a comarca de Feira de Santana e o juiz visse o caso e, então, decidisse se prosseguiria mesmo com a busca", explicou a corretora.


"Veio o recesso de fim de ano e eu não tinha mais nada a fazer, a não ser aceitar", continuou Carol. "Voltou agora no dia 20 [de janeiro] e meus advogados só conseguiram se habilitar ao processo hoje. Estamos tentando trazer o processo de volta pra cidade de Barreiras".


Para ela, a Justiça tem sido lenta com o caso. "Já se passaram mais de 120 dias que eu não tenho nenhum contato e nem notícia da minha filha! Por favor, gente, eu preciso da minha filha e ela precisa de mim!", reforçou a jovem, no apelo punlicado nessa segunda-feira (31/1), no Instagram.


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O QUE DIZ O PAI


Aratu On conseguiu entrar em contato com o pai, Luiz Felipe, na manhã desta terça-feira (1/2), por telefone. Na oportunidade, ele comentou que sua família foi muito exposta, afirmou que possui a guarda unilateral da criança e que nunca impossibilitou que Carol visitasse a filha deles. A reportagem solicitou o documento, como prova, mas ainda não o recebeu.


"As portas da minha casa sempre estão abertas pra ela e pra familia dela. Sempre faço videochamada da criança, com todos eles. Nunca me neguei a dar o acesso a todos eles, porém há um processo judicial que corre em segredo de justiça", disse Luiz.


Questionado sobre a medida protetiva, o empresário disse que "não sabe de onde ela tirou isso". "Por mais que não existam indícios de ameaça, e nunca existiu, a Justiça deve dar a [medida] protetiva, porque é um método de resguardar a integridade física da mulher, mas não sei de onde ela tirou isso. Peço que ela prove", pontuou. Luiz também negou que não aceite o atual relacionamento de Carol. 


O advogado de Luiz Felipe, Marcos Moreno, afirmou que o empresário pediu a guarda unilateral por alguns motivos, citando, por exemplo, o fato de Carol não possuir residência fixa (ela mora com familiares) e residir em "um ambiente não saudável". Segundo o representante da MBG Advogados Associados - Feira de Santana, a mãe praticava alienação parental.


"A guarda é relativa. Luiz possui a guarda de fato, da menor. Ela [Carol] conseguiu uma busca e apreensão, que foi revogada posteriormente", comentou Moreno. Disse, ainda, que "o genitor possui melhores condições" de criar a menina de três anos, mas reforçou que o cliente não impede a mãe de ver a filha. 


"Ele [Luiz] entrou com ação primeiro, solicitando a guarda unilateral e a regulação do direito de visita dela. Nunca foi obstado a ela o direito de ver a criança". Ele entrou com uma ação judicial, fazendo o requerimento da guarda da criança e está aguardando, atualmente, a deliberação do juiz após a audiência de conciliação. Até então, tem parecer do ministério público que Luiz está exercendo o direito dele. 


"No dia 18 de dezembro de 2021, a genitora foi citada no processo em Feira de Santana. A partir desse momento, ela deveria oferecer defesa pra que ela tivesse de volta o direito de guarda da criança. Apenas agora, em 21 de janeiro, que ela se habilitou do processo. Sem justificativa, resolveu recorrer à mídia", completou o advogado.


A audiência para definir o regime de guarda da menina deve ocorrer em meados de fevereiro. "A guarda, independente do genitor que a terá, deve, primordialmente, atender ao interesse da menor", concluiu Marcos Moreno.


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