Marido de Hyara Flor tem pedido de apreensão decretado; testemunhas apontam o adolescente como autor do crime
Somado à suspeita da morte de Hyara, o processo ainda completa de que a apreensão do jovem visa a sua própria segurança, dada a repercussão do caso
A Justiça solicitou, na manhã desta segunda-feira (17/7), a apreensão do adolescente A.S.A, de 14 anos, suspeito de matar a cigana Hyara Flor, de mesma idade, com quem era casado. O pedido de busca e apreensão infracional foi feito pela 1ª Vara Criminal de Guaratinga, na Bahia, onde ocorreu o crime, no último dia 6 de julho.
O Aratu On teve acesso ao processo, que pede a prisão por 45 dias do suspeito de feminicídio. Na decisão, assinada pela juizá Silvana Fleury Curado, testemunhas afirmam que o crime foi cometido por A.S.A, e que ele teria sido visto com a arma responsável pelos disparos na mão, ao lado de Hyara, enquanto ela ainda sangrava. No local do crime, a Polícia Civil encontrou uma pistola 838 e um calibre .380, dois carregadores e um cartucho deflagrado.
Se for localizado, A.S.A ficará na Unidade de Internação de Guaratinga, à disposição do poder judiciário. Em seguida, será aguardada uma audiência de apresentação. Para o mandato, a validade será de seis meses.
"Os artigos 108 e 174, parte final, ambos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei 8069/90), autorizam a internação", justifica a juíza.
Outra testemunha, ouvida pelos investigadores do crime, conta que uma das armas encontradas pertencia a "A.S.A". Ela ainda ressaltou que o jovem sempre deixava "bala na agulha", termo que pode ser entendido para um armamento carregado e preparado para um eventual disparo.
De acordo com o laudo da perícia, o tiro que atingiu o pescoço de Hyara Flor foi efetuado entre 20 a 35 centímetros de seu corpo. "Portanto, no caso dos autos, existem indícios suficientes de autoria, visto que as provas coligidas nos autos indicam, com certa dose de segurança, que o adolescente contra o qual se dirige o presente pleito de internação provisória investiu contra a vida da vítima Hyara Flor Santos Alves", diz parte do requerimento.
Somado à suspeita de autoria, o processo ainda completa de que a apreensão do jovem visa a sua própria segurança, vista a amplitude do caso. "A repercussão nacional do crime põe em evidente risco à segurança pessoal do adolescente", finaliza o pedido.
O CRIME
A morte de Hyara foi registrada na tarde do dia 6 de julho. Em entrevista ao Aratu On, o comandante da 7ª Companhia Independente de Polícia Militar (7ª CIPM/Eunápolis), major Vagner Gonçalves Ribeiro, descartou a possibilidade de acidente.
A versão foi apresentada por alguns parentes do marido da vítima, que prestaram o socorro e a levaram ao hospital municipal da região. “A família contou que a arma teria escorregado, caído no chão e disparado em direção à jovem”, detalhou o comandante.
POSSÍVEL VINGANÇA
Ao Aratu On, a advogada da família de Hyara, Janaína Panhossi, falou que a família da vítima acredita que o crime foi premeditado, levantando a possibilidade de vingança. Isso porque a mãe de A.S.A, casada com o tio paterno da adolescente, teria traído o marido durante o casamento.
Os familiares relataram que Hyara teria ligado para o pai um dia antes de ser morta, pedindo para encontrá-lo pessoalmente, mas os dois não chegaram a ser ver. Para os parentes, ela já vinha sofrendo agressões e teria, até, sido chicoteada com uma espécie de couro, encontrado pela avó da vítima em seu quarto, após o crime.
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