Homem foi torturado por cinco dias antes de ter órgão decepado por ex-companheira; "é uma psicopata"
A "psicopata" já teria feito outras duas vítimas além de Édson
O homem de 48 anos, de prenome Édson, que teve o pênis decepado em Feira de Santana, foi mantido em cárcere privado, dopado e amarrado por cinco dias pela ex-companheira. Naida Silva de Santana é acusada de esfaquear, cortar orelhas e atentar contra a vida de pelo menos outros dois ex-companheiros. Em entrevista para o Aratu On, o Delegado João Uzzum, responsável pela 1ª Delegacia Territorial de Feira de Santana, detalhou os crimes.
Segundo ele, a mulher estava foragida, mas foi encontrada pelas autoridades na noite desta segunda-feira (26/6), enquanto se dirigia até um hospital psiquiátrico do município. "Ela tem ficha no hospital Lopes Rodrigues, costuma frequentar e ser ouvida pelos especialistas. Ontem, recebemos a informação de que ela iria até lá, montamos campana e realizamos a prisão", detalhou.
Depois de presa, ela foi encaminhada para o exame de corpo de delito e, em seguida interrogada. Naida não demonstrou arrependimento e, segundo o delegado, parecia se vangloriar dos momentos de tortura e de ter decepado o membro da vítima. "Ela é uma psicopata. Outros dois companheiros já sofreram nas mãos dela. Ela tentou negar no começo, depois, disse que era vítima de estupro, mas no fim do interrogatório confirmou tudo", afirmou.
Caso Édson
O caso do homem de 48 anos, mais recente vítima de Naida, poderia facilmente ser um roteiro de filme de terror. Segundo detalhes da investigação, conseguidos pelo Aratu On, a vítima estava em casa no último dia 12, quando foi golpeada na cabeça com um alicate, ficando inconsciente e perdendo os sentidos.
Ao acordar parcialmente, ainda no mesmo dia, Édson percebeu que não tinha se recuperado totalmente e estava sendo dopado por meio de medicamentos. Segundo seu testemunho, ele não conseguia se defender, por conta dos efeitos das drogas.
"Ela manteve a vítima em cárcere privado, agrediu ele diversas vezes. O homem consegue se lembrar de ter sofrido por dias", detalhou Uzzum. As agressões físicas tiveram fim na quinta-feira (15/6), quando a "psicopata" decidiu elevar o nível e usou uma faca para decepar o membro do homem, que estava consciente no momento do ato.
Ela amarrou seus braços e pernas e iniciou os cortes. Após acabar a tortura, colocou o pênis em uma bolsa e chegou até a mostrar para uma vizinha. Em seguida, descartou a parte do corpo no lixo. "Os psicopatas sabem o conceito de certo e errado, porém, continuam fazendo pelo prazer que dá", explicou o delegado.
Segundo a investigação, Naida soldou o ferimento com ferro quente e manteve o homem drogado, sangrando e cor dores severas de quinta até sábado (17), pela manhã. Quando o quadro clínico da vítima piorou, ela decidiu chamar. "Ela provavelmente percebeu que ele poderia morrer e chamou um pastor e algumas pessoas da igreja até sua casa, para que pudessem tratar do homem", contou o delegado.
Porém, para Naida, que se diz religiosa, o pior aconteceu, já que os seus colegas de igreja acionaram o Serviço Móvel de Urgência (SAMU), que retirou o homem do cativeiro na frente dos vizinhos. Revoltados, os moradores da vizinhança acionaram os policias militares.
A mulher ainda conseguiu limpar os locais onde as torturas ocorreram antes de fugir. O rapaz ficou internado até o último dia 19, quando recebeu alta e conseguiu prestar depoimento.
Interrogatório
Durante o seu depoimento, Naida Silva de Santana tentou negar os fatos, se disse vítima de agressão sexual, contou que sofria abusos desde a sua infância, que seriam cometidos por Édson, e que fez tudo em forma de defesa. "Mentira dela, temos provas de que o histórico de agressões dela é grande", disparou o delegado.
Durante o decorrer da conversa, mudou a versão, dizendo que o marido teria se "automutilado" durante a madrugada, mas não explicou porque não prestou socorro. No fim, confessou as torturas. "Sem arrependimento, parecia que queria receber a autoria pelo ato", concluiu.
Segundo apuração do Aratu On, a suspeita deve passar por audiência de custódia amanhã, quarta-feira (28/6). Ela já teve a prisão preventiva decretada e atualmente se encontra na penitenciária do município.
Início das agressões
Segundo o investigador, um dos primeiros casos de agressão ouvidos pela investigação foi contra o primeiro marido de Naida, que foi casado com ela por oito anos. Segundo o homem, que não teve a identidade revelada, tudo começou após o nascimento do filho do casal, quando ela teria ficado estranha e atirado um jarro de plantas contra ele.
"Ele acordou para cuidar do filho recém-nascido, foi até a sala e pegou a criança no colo. Naida acordou sem seguida, pegou um jarro de plantas e atirou contra o homem. Ele usou do braço para se proteger e acabou gravemente cortado. O bebê não se feriu, mas ele precisou de 10 pontos", revelou Uzzum.
Após a agressão, o homem pediu a separação, o que, segundo o investidor, transformou sua vida em um verdadeiro inferno. Naida não permitia que o rapaz tivesse novos relacionamentos, perseguia as mulheres com as quais seu ex-marido se envolvia, ateou fogo em sua moto e tentou colocar fogo no apartamento dele.
O assédio e violência não aconteciam apenas na vida pessoal, mas também na profissional. A mulher costumava ir até o local de trabalho do rapaz e acompanhar de perto sua rotina, mesmo após a separação.
Após realizar os crimes, a suspeita tinha o costume de ir até a Delegacia Especial de Atendimento a Mulher (DEAM) e inverter os papéis, acusando seu companheiro de diversos crimes, entre eles, destruição de patrimônio, tentativa de homicídio, agressão doméstica e estupro.
Orelha cortada
Após seu primeiro casamento, a "psicopata" de 35 anos se envolveu com outro homem antes de Édson. Ele já foi localizado pelo delegado e será ouvido nesta terça-feira (27/6).
Segundo informações conseguidas pelo Aratu On, o rapaz se envolveu em uma discussão com Naida que, após ter sido contrariada, teria empunhado uma arma branca e tentado decepar a orelha do então companheiro que, por sorte, conseguiu escapar com um corte parcial.
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