Professora de universidade privada é acusada por alunos de apologia ao nazismo; "analogia infeliz", diz estudante
O caso ganhou repercusão nas redes socias. Várias narrativas têm aparecido em volta do caso, tanto contrários à atitude da professora quanto outras visões para a situação.
Um episódio supostamente ocorrido dentro de uma sala de aula, em uma universidade privada em Salvador, tem ganhado muita repercussão, para além das paredes da instituição, nas redes sociais. Alunos acusaram uma professora de ter feito saudação nazista durante uma aula.
A docente é dos cursos de comunicação da Universidade Salvador (Unifacs) e teria feito o sinal durante uma aula para uma turma de jornalismo, no último dia 15/3.
O caso ganhou repercussão através de uma postagem do estudante, ativista e Colunista On, Onã Rudá, no Twitter. "Imagine que na Unifacs tem uma professora que faz a saudação nazista na sala de aula... Eu to passado!", escreveu.
Imagine que na @unifacs tem uma professora que faz a saudação nazista na sala de aula… Eu to passado!
— Onã Rudá (@OnaRuda2) March 18, 2022
Procurado pelo Aratu On, Onã disse: "Eu não estava no dia da aula. Eu fiquei sabendo por um monte de colegas. E eu fiz um relato, não foi bem uma denúncia".
Nos comentários da publicação, outras pessoas falaram sobre o suposto episódio e os posicionamentos da instituição com temas similares. "Isso chegou a alguns dias pra mim num grupo de amigos. Agora me diz se tu viu manifestações de repúdio a respeito?", questionou um. "Agora eu entendi porque minha ex-turma denunciou que tinha professora que comprou diploma de mestrado e doutorado, com provas, e o coordenador não fez nada e ela continuou dando aula... perto de professora neonazi, essa é fichinha. Ainda bem que saí", disse outra, referindo-se ao caso Cátia Raulino.
OUTRA VERSÃO - "ANALOGIA INFELIZ"
Uma estudante - que não quis se identificar - estava na aula, no último dia 15 de março, e contou à reportagem do Aratu On sua visão dos fatos. “Houve essa situação, dela estar dando a aula para nós, turma de jornalismo. Ela fez uma analogia, ela utilizou como exemplo o nazismo, o que gerou toda essa repercussão”, disse a fonte. Para ela, a professora não se manifestou nazista, ela apenas fez "uma analogia infeliz".
No momento da aula, ninguém manifestou qualquer opinião sobre a situação. O episódio começou a ser debatido através do grupo de WhatsApp da turma e um posicionamento foi adotado pelos estudantes. “Algumas pessoas da turma se incomodaram com a analogia, que, de fato, foi infeliz. E aí a gente conversou no grupo da turma, se reuniu e decidiu conversar com a professora na próxima aula”, contou. Apesar disso, a “próxima aula” não aconteceu, uma vez que alguns estudantes foram comentando com outros colegas e a situação veio à tona.
Falas problemáticas
Para a fonte, apesar de, neste caso, não acreditar que a professora tenha feito algum comentário de apoio e exaltação ao nazismo, a educadora tem algumas falas e comentários “problemáticos”. “Ela é muito extrovertida, uma pessoa que faz piada, que faz todo mundo ri. Então, às vezes, as pessoas ficam sem reação [com os comentários]”, relata.
Sobre outros casos denunciados de racismo, a fonte afirmou não saber se existem ou não. Com relação à informação da docente ter grande influência na instituição, a fonte afirmou que a professora é muito respeitada pelo currículo que tem. “Ela é bastante influente. Ouvi falar que o motivo é por ela ser uma das poucas pessoas com pós-doutorado na instituição”, contou. Após apurar a informação, confirmamos que a professora realmente possui um pós-doutorado.
O QUE DIZ A UNIFACS
Procurada pelo Aratu On, a Unifacs enviou um posicionamento a respeito da acusação dos alunos. Disse que apura a situação e que "tal ideologia [nazista] não condiz com seus valores".
Leia abaixo, na íntegra:
"Em atenção ao questionamento do Aratu On e da TV Aratu, a UNIFACS informa que assim que tomou conhecimento do caso instaurou um processo administrativo para apuração dos fatos. A UNIFACS não disponibiliza informações sobre fatos em apuração, em respeito a todos os envolvidos.
Desde já, a instituição reforça que tal ideologia não condiz com os seus valores."
*Estagiário sob supervisão da jornalista Juana Castro.
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