Presidente do TCU decide afastar auditor apontado como responsável por estudo paralelo sobre mortes por Covid
Com a decisão, Marques ficará afastado do cargo por 60 dias. Além disso, a presidente do órgão também solicitou a abertura de processo administrativo disciplinar, que irá investigar o auditor.
A presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Arraes, decidiu afastar o auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, apontado como responsável pela elaboração de um estudo paralelo que questiona as mortes provocadas por Covid-19 no Brasil. A determinação ocorreu nesta quarta-feira (9/6).
Com a decisão, Marques ficará afastado do cargo por 60 dias. Além disso, a presidente do órgão também solicitou a abertura de processo administrativo disciplinar, que irá investigar o auditor. A Polícia Federal deve apurar o caso.
Marques afirmou que foi o próprio pai o responsável por repassar o documento ao presidente. O dado está junto à confissão do servidor enviada à corregedoria do órgão, de acordo com informações do jornal Folha de S.Paulo. O auditor é amigo dos filhos do Bolsonaro.
O relatório foi citado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), nesta última segunda-feira (7), durante encontro com apoiadores. "Não é meu, é do tal do Tribunal de Contas da União (TCU), questionando o número de óbitos do ano passado por Covid. O relatório final não é conclusivo, mas em torno de 50% dos óbitos por Covid ano passado, não foram por Covid, segundo o Tribunal de Contas da União", disse ele na ocasião.
A informação, no entanto, foi desmentida pelo TCU. Nesta segunda, o órgão emitiu uma nota, esclarecendo que não há nenhum relatório. "O TCU esclarece que não há informações em relatórios do tribunal que apontem que “em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por Covid”, conforme afirmação do Presidente Jair Bolsonaro divulgada hoje", afirma o comunicado.
O TCU também acrescentou um trecho no posicionamento, negando a autoria de um documento que circula na internet e é atribuído aos técnicos do órgão. "O TCU reforça que não é o autor de documento que circula na imprensa e nas redes sociais intitulado "Da possível supernotificação de óbitos causados por Covid-19 no Brasil".
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