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População brasileira de baleias se recupera, aponta último levantamento do Instituto Baleia Jubarte

O levantamento cobriu uma distância de 6.200 km entre a divisa do Ceará com o Rio Grande do Norte até o litoral norte de São Paulo. Cerca de 25 mil animais foram estimados

Por Lucas Pereira

População brasileira de baleias se recupera, aponta último levantamento do Instituto Baleia JubarteCréditos da foto: Instituto Baleia Jubarte

O mais recente monitoramento aéreo feito pelo Instituto Baleia Jubarte confirmou a recuperação da população brasileira desses mamíferos marinhos, estimada em 25 mil animais na temporada 2022.


O número é comparável ao total existente há 200 anos, quando a população estava entre 27 mil e 30 mil mamíferos da espécie em águas brasileiras.


O levantamento cobriu uma distância de 6.200 km entre a divisa do Ceará com o Rio Grande do Norte até o Litoral Norte de São Paulo. Realizado em agosto deste ano, o censo confirmou que a população brasileira da espécie se encontra perto da recuperação total.


Feito a cada três anos, o monitoramento aéreo tem o objetivo de estimar a população de baleias jubartes que visitam o litoral do país. O monitoramento é realizado com aeronaves especiais e adequadas para o avistamento de baleias desde 2003, quando a parceria começou e foram registradas 3.660 jubartes.


O levantamento feito este ano foi realizado desde a costa até o mar aberto, em águas com profundidade de 500 metros.


BERÇÁRIO


As jubartes ficam de junho a novembro no país, em especial na região de Abrolhos, Sul da Bahia, que constitui importante berçário da espécie na costa brasileira. Por ter muitos arrecifes e outras áreas mais protegidas, Abrolhos, juntamente com o Norte do Espírito Santos, são as regiões do litoral brasileiro mais procuradas pelas jubartes para ter os filhotes, que ficam naturalmente mais protegidos.


As baleias jubarte que nascem em águas brasileiras passam o inverno e a primavera no país. Em outubro, o animal que veio só acasalar e ainda está sem filhote, assim como alguns machos, já começa a migrar, visando chegar logo à área de alimentação na Antártida.


Já os animais que têm filhotes no litoral brasileiro ficam até novembro. É o tempo para o filhote desenvolver a camada de gordura para enfrentar as áreas subantárticas, onde conseguirá alimentação, além de ganhar mais músculos para acompanhar a mãe, informou Milton Marcondes, médico veterinário e coordenador de pesquisa do Instituto Baleia Jubarte.


A caça da jubarte foi proibida em 1966 no Brasil, mas em diferentes estados ainda era muito praticada. Em 1986, uma moratória internacional proibiu a caça comercial por cinco anos. Somente em 1987, contudo, o país ganhou uma lei proibindo nacionalmente a caça às baleias jubarte.


Com informações da Agência Brasil


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