Piloto do avião de Marília Mendonça fez quatro contatos por rádio antes de acidente; saiba o que ele falou
A testemunha voava pela região no mesmo horário e também com destino ao aeródromo. Como a frequência de comunicação é aberta, ele conseguiu ouvir as mensagens do piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior.
Um piloto de avião - que não quis revelar sua identidade - relatou ao jornal O Globo as últimas comunicações que partiram do bimotor que levava a cantora Marília Mendonça para Caratinga (MG) no dia 5 de novembro. Próximo ao aeródromo da cidade, a aeronave caiu em uma região de cachoeira, matando a cantora e mais quatro.
A testemunha voava pela região no mesmo horário e também com destino ao aeródromo. Como a frequência de comunicação é aberta, ele conseguiu ouvir as mensagens do piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior - morto no acidente -. De acordo com ele, a comunicação dava a impressão de normalidade no voo.
"Ele disse que estava pegando a perna do vento e, cerca de 20 segundos depois, voltou a dizer que estava pegando 'a perna do vento 02', o que significa que estava iniciando o procedimento padrão de pouso. Isso não configura uma anormalidade, pois os pilotos podem prolongar um pouco o tempo do pouso", relembrou.
A testemunha, que já fez seu depoimento para as autoridades que investigam o acidente, também revelou que a altitude informada pelo piloto do bimotor era "compatível para o local". "É uma altitude compatível para o local. Fiquei na dúvida se eram 44 milhas de distância ou 44 minutos. Como eu estava indo para o mesmo aeroporto e precisava estimar o pouso, perguntei. Ele respondeu que eram 44 milhas".
A última comunicação do bimotor que transportava Marília Mendonça foi feita a cerca de dois minutos do aeródromo, de acordo com a testemunha, indicando novamente o procedimento de pouso e sem relatar qualquer problema.
"Não sei se era o piloto ou o copiloto. Ele disse: 'PTONJ [prefixo da aeronave] ingressando perna do vento 02 em Caratinga". Tecnicamente, o piloto iniciaria o processo de pouso.
"Vinte a 30 segundos depois, ele votou a falar: 'Ingressando perna do vento 02'. Isso não é um problema e nem causa de estranhamento, pois muitos pilotos prolongam um pouco mais a descida", ressaltou o entrevistado do O Globo.
O piloto que acompanhou a conversa pousou normalmente no aeródromo, sem saber da tragédia que havia ocorrido na região. "Eu achei que ele [o piloto do avião de Marília] tinha pousado normalmente. Em solo, perguntei para a equipe sobre o outro avião, e eles disseram não ter havido outro pouso. Cinco minutos depois, meu celular começou a tocar. Eram amigos perguntando se eu estava bem. Foi assim que eu soube da queda”.
Acompanhe todas as notícias sobre o novo coronavírus.
Acompanhe nossas transmissões ao vivo e conteúdos exclusivos no www.aratuon.com.br/aovivo. Nos mande uma mensagem pelo WhatsApp: (71) 99986-0003.