Nos 10 anos da morte de ACM, repasse federal entrega ‘amizade’ entre herdeiros de Barbalho e Magalhães

Na semana que completa 10 anos da morte do ex-governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães — no próximo dia 20 de julho — um repasse de verba mostra a mudança de relação entre dois herdeiros de inimigos históricos. Foi publicado nesta segunda-feira (17/7), no Diário Oficial da União, um repasse de R$ 27 milhões do Ministério da Integração Nacional à prefeitura de Salvador. O motivo, conforme atestado no próprio documento, é a execução de obras de recuperação de danos causados por deslizamentos de terra.

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O atual ministro é Helder Barbalho (PMDB), filho do ex-senador e governador do Pará, Jader Barbalho. Jader foi um inimigo intestinal de ACM. Os dois travaram batalhas verbais no Senado, com mútua acusação de corrupção e ataques pessoais.

Relembre algum destes episódios:

No entanto, ACM Neto (DEM), prefeito de Salvador, e Hélder, ministro, mantém uma relação muito mais cordial. Ambos apoiam o atual presidente Michel Temer (PMDB) e nunca tiveram estremecimentos públicos. O repasse de R$ 27 milhões mostra uma relação superada entre dois herdeiros de políticos bicudos e que não se bicavam.

Por coincidência, tanto o prefeito quanto o ministro foram citados na delação da  Odebrecht como suspeitos de terem recebido dinheiro de Caixa 2 da empreiteira. ACM Neto teria recebido R$ 1,8 milhão da empresa na eleição de 2012, quando foi eleito prefeito pela primeira vez. Já Hélder Barbalho teria recebido R$ 1,5 milhão na sua campanha para o governo do Pará. A assessoria de ambos nega tal informação.

*Publicada originalmente às 13h07