MP pede investigação sobre bebê que apresentou sinais vitais durante próprio velório
Familiares teriam visto menina mexer os braços e as mãos dentro do caixão; novos exames confirmaram o óbito
"É precipitado, no momento, tirar qualquer conclusão sobre o caso antes da realização dos laudos, mesmo porque, apesar da presença de poucos batimentos cardíacos até o retorno da criança ao hospital, os bombeiros também constataram outros sinais compatíveis com a morte, como pupilas dilatadas e não reagentes e arroxeamento em algumas partes do corpo”, explicou o promotor de Justiça Marcus Vinicius dos Santos.
O caso aconteceu na cidade de Correia Pinto (SC). O hospital do município serrano atestou a morte de uma bebê de oito meses e liberou o corpo para o velório. Durante a cerimônia, no entanto, familiares teriam notado que a temperatura corporal da criança se mantinha e que a menina mexia os braços e as mãos dentro do caixão.
Um farmacêutico, o Conselho Tutelar e o Corpo de Bombeiros foram acionados. Eles constataram, por meio de oxímetro infantil e estetoscópio, que a criança apresentava saturação – quantidade de oxigênio no corpo – e batimentos cardíacos fracos, mas pupilas contraídas e não reagentes e arroxeamento em algumas partes do corpo.
A bebê foi levada novamente pelos bombeiros ao hospital, onde foi realizado um eletrocardiograma. Após o resultado do exame, a direção declarou, mais uma vez, que não foram constatados batimentos cardíacos, confirmando o óbito. O corpo da criança foi recolhido e será submetido a autópsia para determinar a causa exata da morte.
Segundo o promotor, a expectativa é de que os laudos cadavérico e anatomopatológico fiquem prontos dentro de 30 dias, auxiliando no andamento da investigação. “Buscamos dar respostas à família, à população e também ao hospital, além de verificar a regularidade dos procedimentos", disse Marcus Vinicius dos Santos.
O que diz a família
O pai relatou que a criança passou mal na noite de quinta-feira (17/10) e foi levada ao hospital. O médico teria diagnosticado uma virose, aplicado soro, receitado medicamentos e liberado a bebê. Ela voltou a passar mal na madrugada de sábado (19/10) e foi levada ao hospital, onde o mesmo médico atestou o óbito por volta das 3 horas da manhã.
As informações contidas na declaração de óbito, contudo, seriam divergentes das repassadas à família. O médico teria informado que a causa da morte seria asfixia por vômito, enquanto, na declaração de óbito, constava desidratação e infecção intestinal bacteriana.
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