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Maranhense é a primeira quilombola a tomar posse como promotora de Justiça no Brasil

Ela vai atuar no Ministério Público do Pará

Por Juana Castro

Maranhense é a primeira quilombola a tomar posse como promotora de Justiça no BrasilCréditos da foto: Reprodução/redes sociais

A maranhense Karoline Bezerra Maia, de 34 anos, fez história ao se tornar a primeira quilombola a ocupar o cargo de promotora de Justiça no Brasil. Ela tomou posse em abril, no Ministério Público do Pará (MP-PA), e vai atuar na comarca de Senador José Porfírio, localizada no interior do estado.


Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, ela disse que a vitória representa todas as mulheres negras e "um avanço na mudança social".


Graduada em Direito pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em 2013, Karoline ingressou na universidade por meio do sistema de cotas raciais e a jornada até a aprovação no Ministério Público demandou cerca de uma década. Nesse período, acumulou experiência em estágios tanto em órgãos públicos quanto em escritórios privados, frequentemente conciliando trabalho nos fins de semana e feriados sem abandonar os estudos para concursos.


"A rotina intensa era constante. Nos últimos três anos, eu acordava às 4h para estudar, seguia para o trabalho e, após o expediente, retornava aos livros", declarou à Folha.


Embora tenha sido aprovada em outros dois concursos - para a Procuradoria Municipal de Manaus e para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) - Karoline não foi nomeada para os cargos. Em certos momentos, ela chegou a duvidar se alcançaria seu objetivo de tornar-se promotora de Justiça.


A oportunidade surgiu quando ela foi selecionada para o projeto "Identidade", promovido pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que visa promover maior diversidade racial nos quadros do Ministério Público Federal (MPF).


Na ocasião, foi uma das cem estudantes negros a participar do curso preparatório para a carreira no MPF, destacando-se entre os dez candidatos que receberam uma bolsa de R$ 2.500 por seis meses, financiada pela Fundação Ford.


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