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Mais de 821 milhões de pessoas no mundo passaram fome em 2018; Brasil tem destaque positivo

Mais de 821 milhões de pessoas no mundo passaram fome em 2018; Brasil tem destaque positivo

Por Da Redação

Mais de 821 milhões de pessoas no mundo passaram fome em 2018; Brasil tem destaque positivoFAO/Albert Gonzalez Farran

O relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) revela que uma pessoa a cada 10, na população de todo o planeta, passou fome no ano passado. O número totaliza 821,6 milhões de pessoas. "A fome atingiu menos de 2,5% da população no Brasil?, diz um trecho da nota da ONU.

Conforme o documento Estado da Insegurança Alimentar e Nutricional no Mundo, desde 2015, a taxa de prevalência de desnutrição em todo mundo parou de cair e manteve-se em 11%. ?A prevalência da insegurança alimentar moderada ou grave é baseada na escala de experiência de insegurança alimentar. Esse indicador vai além da fome e fornece uma estimativa do número de pessoas sem acesso estável a alimentos nutritivos e suficientes durante todo o ano?, diz o relatório.

O estudo tem destaque negativo na situação infantil, sendo 20,5 milhões de bebês que nasceram abaixo do peso (um em cada sete nascidos); dos 148,9 milhões de crianças menores de 5 anos com estatura baixa para a idade (21,9%); e dos 49,5 milhões menores de 5 anos com peso baixo em relação à altura (7,3%).

Continentes

Ainda de acordo com o relatório, no ano passado, a Ásia, com ênfase no Sul, teve o maior número absoluto de indivíduos com fome: 513,9 milhões no total. Na África, 256,1 milhões de pessoas estavam nessa situação e na América Latina e no Caribe, 42,5 milhões.

A situação é mais grave no lado oriental da África, onde uma de cada três pessoas (30,8%) está subnutrida. A ONU aponta como causas os conflitos locais, fenômenos climáticos e a retração econômica.  

?Juntos, a África e a Ásia têm a maior parcela de todas as formas de desnutrição, sendo responsáveis por mais de nove entre 10 crianças com atraso no crescimento e mais de nove entre 10 crianças com debilitação em todo o mundo?, diz a nota da ONU.

Lusófonos

Apesar de identificar fome, a ONU faz destaque positivo entre os países lusófonos, que falam a língua portuguesa, em especial do Brasil.

?Nos últimos 12 anos, vamos dizer, a prevalência da subalimentação em Angola caiu pela metade, de 55% para 25% da população e em Moçambique também, a prevalência da subalimentação caiu no mesmo período, de 37% para 28%. Ou seja, em ambos os países, a tendência é positiva, porém, a situação continua preocupante.  Em Cabo Verde e no Brasil, a situação é melhor. Em Cabo Verde, a fome atingiu 13% da população e menos de 2,5% da população no Brasil?, descreve o relatório.

O documento foi lançado por cinco agências da ONU: a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO); a Organização Mundial da Saúde (OMS); a Agência da ONU para Refugiados (Acnur); o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef); o Programa Mundial de Alimentação (PMA; e o Escritório das Nações Unidas de Assistência Humanitária (Ocha).

Além dos problemas de fome e desnutrição, o relatório aponta para o problema de obesidade. ?Em 2018, a estimativa é de que 40 milhões de crianças menores de 5 anos estavam acima do peso?, diz a nota da ONU.

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